Com a entrada dos Estados Unidos na rota de expansão da variante Delta do coronavírus, a megaempresa Amazon determinou que todos os seus funcionários no país utilizam máscara durante o expediente. A ordem atende a uma recomendação de autoridades para que não seja levado em conta, nessa exigência, se o colaborador já está ou não vacinado.
“Estamos monitorando a situação de perto e continuaremos a seguir as orientações do governo local e trabalhar em estreita colaboração com os principais profissionais de saúde médica, reunindo seus conselhos e recomendações à medida que avançamos para garantir que nossos edifícios sejam otimizados para a segurança de nossas equipes”, frisou um representante da empresa.
A Amazon também adiou para 3 de janeiro a estimativa de retorno ao trabalho presencial para seus empregados que permanecem em sistema de home-office. Já o Twitter anunciou o fechamento de escritórios que haviam sido reabertos.
No início da semana, os casos de coronavírus em todo o mundo superaram 200 milhões, enquanto nos Estados Unidos os casos estavam em 35,6 milhões, de acordo com balanço realizado por veículos internacionais de imprensa.
Pressão
Em julho, empresas de grande porte como Google e Facebook orientaram que seus funcionários norte-americanos se vacinem contra covid antes de voltarem aos escritórios. E não é somente no ramo de tecnologia. Nos mais variados setores, cada vez mais empresas exigem dos empregados o cartão de saúde e algumas já estão demitindo os resistentes.
A emissora de notícias CNN, por exemplo, instituiu política interna de demitir funcionários que aparecerem para trabalhar sem ter recebido vacina contra o coronavírus. Ao menos três deles foram desligados sumariamente ao se recusarem a cumprir a determinação.
“Deixem-me ser claro: temos uma polícia de tolerância zero a respeito”, escreveu o presidente da CNN, Jeff Zucker, em um memorando reproduzido nas redes sociais por um de seus jornalistas.
Algumas empresas demoraram a se mobilizar nesse sentido. O diretor da companhia aérea United Airlines, Scott Kirby, advertiu em janeiro que pensava impor a vacinação a todos os seus 67 mil funcionários nos Estados Unidos. Mas só agora formalizou a obrigação, que deverá ser atendida até o final de outubro.
“Sabemos que alguns de vocês não vão concordar com esta decisão”, escreveu em mensagem assinada junto com o encarregado de assuntos públicos da empresa. “Mas nossa maior responsabilidade consiste em assegurar que sua segurança no trabalho e os fatos sejam claros: todos estamos mais seguros quando todos estamos vacinados.”
Segundo a Agência Federal para o Cumprimento das Leis contra a Discriminação no Local de Trabalho (EEOC, na sigla em inglês), os empregadores têm o direito de exigir a vacinação dos trabalhadores que voltarem ao modelo presencial, exceto por motivos médicos ou objeção religiosa.
No caso da CNN, o direito de demitir os funcionários desobedientes se configurou pelo fato de que a condição estava estipulada em contrato. “Colocar-se em risco ao não querer se vacinar é imprudente, mas pôr em risco os demais é claramente contrário à ética e também um ato ilegal em muitos casos”, salienta um especialista.
