O governador Eduardo Leite sancionou um projeto de lei (PL) que institui 2021 como “Ano do Nativismo Gaúcho”, em homenagem aos 50 anos do festival Califórnia da Canção Nativa, realizado em Uruguaiana (Fronteira-Oeste). A iniciativa havia sido proposta pelo deputado estadual Frederico Antunes (PP), líder do Palácio Piratini na Assembleia Legislativa.
Essa lei prevê que, durante o ano, podem ser realizados eventos e programações especiais que realcem a passagem da efeméride. Realizado desde 1971, o evento musical é um dos mais importantes do Brasil.
Em âmbito estadual, trata-se de um patrimônio cultural, status oficializado por meio da Lei Estadual nº 12.226, de janeiro de 2005. É também precursor do Movimento Nativista Gaúcho, que incentivou a realização mobilizações em diversas cidades da Região Sul do País e até mesmo fora dela.
Conforme o governo do Estado, a Califórnia e similares constituem o aspecto musical de um movimento regionalista que ganhou força a partir da segunda metade do século 20, buscando conciliar o progresso à preservação das tradições.
Essa articulação se organiza por meio de iniciativas como os Centros de Tradições Gaúchas (CTGs), espalhados por vários cantos do mundo.
“A Califórnia é uma das mais importantes festas culturais do Estado e um dos festivais de música mais antigos do Brasil”, ressalta Frederico Antunes. “É importante prestigiarmos todas as iniciativas que dignifiquem o orgulho de nossa terra. E sendo 2021 o ‘Ano do Nativismo Gaúcho’, também significa a nossa retomada artística e cultural.”
Já a secretária estadual da Cultura, Beatriz Araujo, chamou a atenção para o fato de que o governo gaúcho tem trabalhado para oferecer alternativas que permitam à cultura prosseguir em seu percurso, trazendo momentos de prazer e de alegria.
“Contem com a Sedac para o financiamento de projetos ligados a nossa Califórnia. Temos fortalecido o programa ‘Pró-Cultura’, temos aumentado ano a ano o limite de ICMS [Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços], que permite o financiamento de projetos culturais”.
O limite global do Pró-Cultura vem sendo ampliado desde o início deste governo. Em 2019, era de R$ 35 milhões e, em 2020, saltou para R$ 41 milhões. Neste ano, com a sanção do projeto de lei 75/2021, os recursos do Pró-cultura chegarão a R$ 56 milhões. Até o final do governo, a meta é alcançar R$ 70 milhões.
Com a palavra, o governador
“Precisamos olhar para o futuro sem deixar de cultivar nossas raízes”, anfatiza o governador Eduardo Leite. “Olhar para o passado não significa nos apegarmos às tradições sem a capacidade de construir coisas novas. Isso nos torna mais envolvidos com a nossa própria terra”.
Ele mencionou, ainda, o fato de que o povo gaúcho mantém e movimenta esse sentimento em relação ao Estado por meio desse tipo de prática. “Essa cultura é cultivada por meio de um festival reconhecido, que mobiliza milhares de pessoas, e que ganhou muito espaço nos últimos anos, nos trazendo orgulho de sermos gaúchos”, finalizou.
(Marcello Campos)
