De acordo com o balanço de agosto da Telebrasil (Associação Brasileira de Telecomunicações ), a rede 4G brasileira atualmente está disponível em 3.039 municípios, onde residem mais de 87% da população do País. Em doze meses, a cobertura do 4G cresceu cinco vezes, sendo que, somente em 2017, 1.513 novas cidades ganharam o acesso à tecnologia de quarta geração de internet móvel. No total, o país soma 88,5 milhões de acessos somente com o 4G. Ao somar isso com o 3G, esse número sobe para 204,6 milhões.
Ainda segundo a Telebrasil, a cobertura atual do 4G é quase três vezes maior do que a última meta que consta no edital de licitação das licenças, que era de 1.079 municípios até o final do ano. Mas a cobertura do sinal de 3G continua expandindo, sendo ativado em 244 novas cidades desde agosto de 2016, com um total de 5.091 municípios alcançados. A meta para o 3G brasileiro era de 4.417 cidades até o final de 2017.
Já ao considerar os acessos fixos e móveis, o total de acessos no País é de 232,6 milhões. Desse total, 28 milhões são referentes à banda larga – segmento que cresceu 6% entre agosto do ano passado e o mesmo mês de 2017.
4,5G ou 4G+
O que as operadoras chamam de 4,5G ou 4G+ é chamado tecnicamente de LTE-Advanced, ou seja, uma versão avançada do 4G. Ela consiste em combinar de duas a cincos faixas de transmissão para aumentar a largura da banda e permitir que uma quantidade maior de dados seja transmitida.
O LTE-Advance usa ainda múltiplas torres de transmissão, múltiplas antenas de recepção e uma tecnologia avançada de processamento de dados chamada de 256QAM. As torres de transmissão de dados são chamadas de estações rádio base e instaladas nas cidades pelas operadoras. Já as antenas de recepção estão dentro dos celulares.
Com todos esses requisitos atendidos, é possível fazer com que mais dados passem em uma velocidade maior no sistema de transmissão e cheguem ao receptor com respostas mais rápidas e mais estáveis. O resultado é uma conexão à internet com sinal mais forte e taxas até cinco vezes mais rápidas do que o 4G tradicional, segundo Daniel Andrade Nunes, o professor do Instituto Nacional de Telecomunicações.
Ele explica que a adoção do LTE-Advanced surgiu a partir do momento que as pessoas passaram a usar mais a internet e aplicações que consomem muitos dados, como os serviços de streaming. “Aqui no Brasil, o acesso à internet já está acontecendo mais por dispositivos móveis do que por computadores. É um tráfego de internet muito alto. Os serviços vão ficando cada vez mais exigentes, como Netflix e YouTube em HD, o que exige que a operadora aumente a disponibilidade do serviço.”
O CEO da plataforma Melhor Escolha, Jonas Justo, afirma, em artigo, que em testes de laboratório o LTE-Advanced chega a alcançar, em condições ideais, 300 Mbps de velocidade do download, com o consumidor recebendo, em média, 40 Mbps. Já no 4G tradicional, que não combina faixas de transmissão e que não usa múltiplas torres e antenas, a velocidade pode chegar a 150 Mbps, com o consumidor recebendo, em média, 14 Mbps. A velocidade média do 4G no Brasil, segundo dados da OpenSignal colhidos no primeiro trimestre de 2017, é de 19,2 Mbps.
