A aproximação do pedetista Ciro Gomes com o DEM encontra eco dentro do partido do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ), que se apresenta como pré-candidato à Presidência da República. Maia, inclusive, lançou neste sábado, no Rio de Janeiro, seu programa de governo.
Integrantes do DEM consideram plausível um acordo com o PDT, mas trabalham ainda para testar a viabilidade de Josué Gomes (PR), filho do ex-presidente José Alencar. Apoiado por aliados do próprio Maia, o chefe do PR, Valdemar Costa Neto, encomendou uma pesquisa qualitativa para avaliar o nome do presidente da Coteminas. Se o empresário mineiro não for bem nas pesquisas, o DEM poderá apoiar Ciro Gomes (PDT) ou Geraldo Alckmin (PSDB).
Leque mais amplo
Rodrigo Maia disse neste sábado que vê maior afinidade política entre seu partido e a agenda do pré-candidato do PSDB à Presidência da República, o ex-governador Geraldo Alckmin, do que com a da pré-candidatura do ex-ministro Ciro Gomes, do PDT. A avaliação ocorre no momento em que integrantes da legenda de Maia têm cogitado uma aliança com o pedetista, mais inclinado à esquerda.
O deputado fez a declaração durante o evento de pré-campanha do Democratas, no Rio, onde defendeu o lançamento de seu nome à corrida presidencial até o final de julho, quando espera que o centro se una em torno dele.
“ Eu não acho fácil dentro do DEM (uma aliança). O Ciro em 2000 apoiou a gente aqui no Rio, não temos problemas com o Ciro. Ele tem umas posições que temos divergência dele, mas é normal, eu também tenho algumas divergências com o Geraldo, mas acho que menos do que com o Ciro. Eu não fecho a porta para ninguém”, afirmou Maia.
Segundo Maia, quem é do centro tem que estar disposto ao diálogo sem restrições. “Do meu ponto de vista, temos que ter a capacidade de dialogar com todos. Porque também se a gente fica dizendo que é centro e quer excluir o Ciro Gomes do diálogo, então (a gente) não é bem de centro.”
Ele reiterou o discurso de que a decisão por se lançar ou aliar-se irá mirar a possibilidade real de vitória nas urnas.
“Temos um grande sonho que é liderar esse processo e vamos liderar. Mas não vamos jogar o Brasil no abismo. Vamos continuar liderando essa pré-campanha até o final de julho, mas com a certeza que o nosso campo precisa construir uma candidatura que tenha viabilidade de vitória”, discursou Maia para milhares de filiados.
Nos últimos dias, membros da sua legenda têm descartado a possibilidade de lançá-lo como o candidato do partido. Neste quadro, o DEM deve escolher até julho outro nome para apoiar na disputa eleitoral, e o nome de Ciro ganhou força. Na sexta-feira, o pedetista falou que faria aliança com o DEM e o PP se necessário.
“Eu não vou dividir o nosso campo no momento de crise, sou presidente da Câmara e tenho que tomar cuidado. É da democracia que todos tenham candidato, mas no momento em que eu esteja dividido, meu papel como presidente da Câmara é organizar, unificar e continuar com a pauta da Câmara, mostrar que o Brasil vai entrar 2019 com segurança”, disse o presidente da Câmara.
