A Austrália registrou seu maior número diário de mortes relacionadas ao novo coronavírus em três meses nesta quinta-feira (23), e as infecções novas pela doença continuaram a aumentar no segundo Estado mais populoso do país. O Estado de Vitória confirmou mais 403 infecções, e cinco pessoas morreram devido à Covid-19 nas últimas 24 horas.
As mortes, entre elas um homem de cerca de 50 anos, assinalam o maior aumento diário de óbitos por Covid-19 no país desde o final de abril. “Isto demonstra o fardo crescente que este vírus terrível está impondo à nossa comunidade”, disse a ministra da Saúde, Jenny Mikakos, a repórteres na capital estadual, Melbourne.
Como as autoridades se mostram incapazes de fazer as infecções novas recuarem dos dígitos triplos, os moradores de Melbourne e da maior parte do Estado agora estão sendo obrigados a usar máscaras fora de casa. Nacionalmente, a Austrália acumula cerca de 13 mil casos do novo coronavírus e 128 mortes.
O aumento de infecções novas surgiu depois que a nação começou a relaxar as medidas rígidas de confinamento impostas em meados de março. Embora as regras de distanciamento social – que limitaram a circulação dos moradores e fecharam os negócios – tenham desacelerado a disseminação do novo coronavírus, o secretário do Tesouro australiano, Josh Frydenberg, disse que estas abalaram fortemente a economia.
O governo informou nesta quinta seu maior déficit orçamentário desde a Segunda Guerra Mundial, depois de se comprometer com um estímulo fiscal de cerca de 289 bilhões de dólares australianos, ou 14,6% do Produto Interno Bruto (PIB).
O orçamento sofreu um déficit gigantesco de 85,8 bilhões no período anual encerrado em junho de 2020 – a previsão anterior era de superávit, disse Frydenberg.
Este déficit aumentará novamente no ano que vem, chegando a 184,5 bilhões de dólares australianos no período 2020-21.
“A Austrália está passando por uma crise sanitária e econômica diferente de tudo que vimos nos últimos 100 anos”, afirmou Frydenberg a repórteres em Canberra.
Analistas acreditam que a economia reagirá nos próximos meses, à medida que a vida voltar a alguma espécie de normalidade, mas muito dependerá de as autoridades conseguirem conter novos surtos do vírus em Melbourne e Sydney, suas duas maiores cidades, mostrou uma pesquisa da Reuters.
China
As autoridades da cidade de Dalian, no Nordeste da China, fecharam os mercados de frutos do mar e suspenderam alguns serviços de metrô após terem sido detectados pelo menos três casos de Covid-19.
Segundo o jornal estatal Global Times, a primeira das infecções é de um funcionário de 58 anos que começou a apresentar sintomas no último dia 16 e que trabalha em uma fábrica de processamento de frutos do mar pertencente à empresa Dalian Kaiyang.
A pouco mais de três quilômetros desta fábrica encontra-se o mercado de Liaoyu, que foi fechado e cujos fornecedores — com cerca de mil barracas espalhadas por 12 mil metros quadrados — todos foram testados para o coronavírus.
O primeiro surto mundial conhecido de Covid-19, o de Wuhan, também começou no final de dezembro em um mercado de peixes e frutos do mar da cidade, embora mais tarde tenha sido relatado que não apenas esses produtos eram vendidos no local, como também animais exóticos eram consumidos de forma ilegal.