O laboratório alemão BioNTech, que em parceria com a americana Pfizer produziu uma vacina contra a covid-19, anunciou nesta terça-feira (22) que pode fornecer em seis semanas uma vacina adaptada à nova cepa do vírus registrada no Reino Unido.
“Tecnicamente somos capazes de fornecer uma nova vacina em seis semanas”, disse Ugur Sahin, cofundador do laboratório alemão.
“A beleza da tecnologia do RNA mensageiro é que podemos diretamente começar a conceber uma vacina que imita fielmente a nova mutação”, disse, em uma entrevista coletiva, um dia depois da aprovação da União Europeia a sua vacina.
Esse tipo de vacina funciona da seguinte forma: injeta-se no paciente uma cópia de parte do código genético do vírus. É uma espécie de receita para que o corpo produza uma proteína do vírus. A presença dessa proteína desencadeia a produção de anticorpos.
BioNTech e Pfizer vão fornecer 12,5 milhões de doses da vacina contra covid-19 para os países da União Europeia até o fim do ano, segundo o diretor de negócios da empresa alemã, Sean Marett.
A vacina exige duas doses, com três semanas de intervalo entre elas. Portanto, isso significa que, nesse primeiro momento, será possível imunizar 6,25 milhões de pessoas.
Os 27 países membros da União Europeia vão começar a campanha no dia 27 de dezembro.
Em setembro, a empresa alemã comprou uma fábrica na cidade de Marburg, na Alemanha. Em fevereiro de 2021, a produção deverá começar lá também. A unidade terá capacidade para 750 milhões de doses por ano.
Pessoas vacinadas
Mais de 2,3 milhões de pessoas de seis países foram vacinadas em 2020 com doses de imunizantes aprovados para uso emergencial ou definitivo. Esse total é equivalente ao tamanho da população da cidade de Manaus, por exemplo.
O monitoramento é feito pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e pode ser acompanhado no portal Our World in Data.
Os seis países que aparecem no levantamento são: China, Rússia, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e Israel.
Os dois primeiros usam vacinas autorizadas apenas por seus próprios governos. A Rússia, com os imunizantes criados pelo Instituto Vector e pelo Instituto Gamaleya (Sputnik V), e a China, com as vacinas de três fabricantes: Sinopharm, CanSino e Sinovac (parceira do Instituto Butantan, em São Paulo).
Nenhuma das vacinas chinesas concluiu as três fases de estudos de segurança e eficácia que antecedem a aprovação por órgãos reguladores de outros países.
Reino Unido, EUA, Israel e Canadá começaram a distribuir o imunizante criado em parceira pela alemã BioNTech e a americana Pfizer. E apenas os EUA aprovaram e distribuíram a vacina da americana Moderna.
