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A Boeing diz que continua a ter total confiança na segurança do seu avião 737 MAX: dois deles já caíram

A empresa disse que continua tendo "plena confiança" na segurança dos aviões. (Foto: Reprodução)

A Boeing determinou na quarta-feira (13) a suspensão temporária das operações de toda a frota global das aeronaves 737 Max, o mesmo que caiu no último domingo (10) na Etiópia. A empresa disse que continua ter “plena confiança” na segurança dos aviões. Atualmente 371 aeronaves desse modelo estão funcionado em todo o mundo. As informações são da Agência Brasil, do jornal O Globo e da agência de notícias AFP.

Segundo a empresa, a decisão foi tomada depois de consultar as autoridades de aviação nos Estados Unidos, especialmente a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) e o Conselho Nacional de Segurança de Transporte (NTSB), além seus clientes em todo o mundo.

“A Boeing determinou – por extrema cautela e para tranquilizar os passageiros sobre a segurança da aeronave – recomendar à FAA a suspensão temporária das operações de toda a frota global de 371 aeronaves 737 MAX”, disse a empresa em comunicado a imprensa.

Na manhã de quarta-feira, a FAA determinou a suspensão todos os voos com o Boeing 737 MAX nos EUA. A medida vale tanto para o modelo 8 quanto para o 9, ambos produzidos pela fabricante norte-americana. Em comunicado, a agência disse que tomou a decisão após encontrar semelhanças entre o acidente na Etiópia e a queda do voo da Lion Air Indonésia, no final do ano passado. Nos dois casos os aviões eram do modelo 737 MAX.

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) também determinou na quarta-feira (13) a suspensão de todos os voos no Brasil com o avião da Boeing 737 Max 8, após um acidente, no domingo, com uma dessas aeronaves na Etiópia. A decisão vale para companhias brasileiras e estrangeiras que operam no país, que não poderão utilizar esse modelo de avião. As operações com a aeronave devem ser paralisadas “até que as medidas de segurança apropriadas sejam tomadas” e até que se tenham os resultados das investigações dos acidentes nos quais esse avião está envolvido.

A decisão do órgão brasileiro está baseada na determinação da agência norte-americana de aviação, a FAA, de suspender todos os voos nos Estados Unidos com o modelo. A Gol, única proprietária desse modelo no Brasil, já havia cancelado o uso da aeronave.

O Diretor Executivo da Boeing, Dennis Muilenburg, reforçou a decisão da empresa de parar a frota.

Estamos apoiando esta medida proativa por extrema cautela. A segurança é um valor central na Boeing desde que começamos a fabricar aviões e ela sempre será. Não há prioridade maior para nossa empresa e nossa indústria. Estamos fazendo tudo o que podemos para entender a causa dos acidentes em parceria com os investigadores, implantar melhorias de segurança e ajudar a garantir que isso não aconteça novamente”, disse.

Acidentes

A queda do avião da Ethiopian Airlines, que matou 157 pessoas, foi o segundo acidente fatal em cinco meses envolvendo o novo tipo de aeronave da Boeing. O Boeing 737 Max-8 está em uso comercial há apenas dois anos, desde 2017.

Em outubro do ano passado, um avião do mesmo modelo da companhia Lion Air caiu pouco tempo depois de decolar em Jacarta, na Indonésia, matando todas as 189 pessoas a bordo. A aeronave tinha menos de três meses de uso.

O voo ET302, da Ethiopian Airlines, que caiu no domingo (11), também sofreu o acidente poucos minutos depois de decolar.

Entregas

A Boeing anunciou nesta quinta-feira (14) que suspendeu a entrega de seu sucesso de vendas, o 737 MAX, mas disse que a produção continuará. “Estamos fazendo uma pausa na entrega dos 737 MAX até que tenhamos uma solução”, disse um porta-voz da companhia à AFP. “Continuaremos com a produção mas avaliaremos nossas capacidades”.

O porta-voz também descartou a possibilidade de reduzir o ritmo de produção ou de fechar as fábricas temporariamente. A Boeing pode produzir até 52 MAX por mês. Antes da crise, previa aumentar sua cadeia de produção para 57 unidades a partir de junho.

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