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Paula Fernandes diz que quando estava em depressão, “em fase crítica”, quase pulou de janela

"Você desiste de tudo. Não vê possibilidade, perspectiva de nada. Achava que tinha sido derrotada", disse Paula. (Foto: Reprodução/Instagram)

Dando continuidade ao quadro “Não tá tudo bem, mas vai ficar” do Fantástico, da TV Globo, sobre depressão, o programa Encontro com Fátima Bernardes levou o tema para debate na manhã desta segunda-feira (5).

Liderado pelo médico Dráuzio Varella, o quadro teve, entre os entrevistados, a cantora Paula Fernandes. A artista foi também uma das convidadas do programa matutino da emissora e deu mais um relato da fase em que sentiu uma depressão mais severa. Fernandes revelou que pensou em tirar a sua própria vida.

“Escolhi a janela. Eu ia pular, porque estava tomada. É como se você não enxergasse um palmo à frente. Você desiste de tudo. Não vê possibilidade, perspectiva de nada. Achava que tinha sido derrotada…”, afirmou a cantora, que foi salva pela mãe, Dulce de Souza.

“Abracei a minha mãe. Aquele momento, eu jamais vou esquecer. Foi a minha mãe que me salvou”, detalhou a artista. Fernandes disse que a mãe afirmou, naquele momento, que pularia da janela junto se a filha fizesse isso.

Na série de reportagens, a dona do hit “Juntos e Shallow now” contou que sentiu os primeiros sintomas da doença aos 16 anos, mas a artista achava que era algum problema cardíaco:

“Dor de cabeça, taquicardia. Achei que estava com problema cardíaco: ‘Meu Deus! Tenho que ir ao médico’… Passava o dia inteiro tremendo no sofá. Tinha dia que eu tinha crise de taquicardia que parava no hospital com não sei quantos batimentos por segundo. Achava que ia morrer. E uma falta de ar absurda.”

A depressão paralisou a artista, que se viu incapaz de comprar um pão sozinha.

“Eu não entendia porque não tinha consciência ainda. Quando a minha depressão chegou no ápice – de 0 a 10 chegou a 9 -, o meu cabelo já tinha caído bastante, perdi 7 kg num espaço de tempo curtíssimo, porque eu já não comia.”

Cura

Pelo Instagram, a sertaneja publicou uma série de vídeos com o desabafo e respondeu perguntas dos fãs. “Eu percebi tinha alguma coisa diferente, mas não entedia que era depressão. Eu tinha meu preconceito. Só tinha 18 anos e não podia imaginar que eu tinha depressão. Sentia muita tristeza, era muito pessimista, muito negativa, via a vida muito em preto e branco, muito melancólica”, contou.

Ela contou o que fez para se curar. Afirmou que o tratamento foi realizado em diversas frentes: “Fiz uso de medicamentos, acompanhamento com psiquiatra, faço terapia até hoje e indico para todo mundo”, revela. “O pior de tudo é que eu não aceitava. Como assim, eu como 18 anos vou ter depressão. Criança tem, adulto tem, velhinho tem. Isso não tem raça, cor, distinção”, enfatizou a cantora.

Segundo contou, ela atribui à timidez excessiva ao quadro de depressão. “Sofri muito. Fui antipatizada por isso, por minha seriedade. Eu não sorria. Às vezes estava com tanta timidez e vergonha, cheia de complexo e medo, e não conseguia me expor da forma que eu gostaria. Isso me atrapalhou. Venci isso há poucos anos e superar essa minha dificuldade social”, explicou.

Paula mandou um recado para quem ainda enfrenta a doença: “Busque-se. Encontre-se. Busque o que você quer ser. Descubra o que você quer ser. A gente tem que se realizar. Por muito tempo fui muito infeliz. Eu adoeci por infelicidade. A minha depressão foi causada por infelicidade. E é possível vencer. Eu estou curada da depressão.

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