A inauguração da nova sede do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do Rio Grande do Sul (Fundesa-RS), no Parque de Exposições Assis Brasil, não foi apenas um ato protocolar. Foi a consagração de uma ideia que há duas décadas vem moldando o futuro da agropecuária gaúcha: a sanidade como política pública, a prevenção como estratégia de Estado e a confiança como ativo econômico.
Sanidade como política pública e instrumento de competitividade
Fundado em 2005, o Fundesa surgiu da urgência em garantir respostas rápidas a emergências sanitárias e indenizações ágeis aos produtores. Em 2025, o fundo completa 20 anos de atuação, consolidando-se como referência nacional em gestão compartilhada, eficiência técnica e transparência. Hoje, é sustentado por dez entidades representativas das principais cadeias produtivas do estado — avicultura, suinocultura, pecuária de corte e leite — que formam um sistema de governança colaborativa e estratégica.
Entidades participantes:
- Federação da Agricultura do RS (Farsul)
- Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS (Fetag)
- Sindicato das Indústrias de Carnes do RS
- Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do RS
- Sindicato da Indústria de Laticínios
- Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas
- Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav)
- Associação dos Criadores de Suínos do RS (Acsurs)
- Federação Brasileira das Associações de Criadores de Raças
- Federação das Cooperativas Agropecuárias do RS
O impacto econômico da proteína animal no RS
A proteína animal é mais do que uma commodity no Rio Grande do Sul — é um pilar da economia estadual. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, foi enfático: “Temos no RS o melhor e mais organizado fundo de sanidade animal do Brasil”. A afirmação é respaldada por resultados concretos: o Fundesa opera com recursos próprios, prestação de contas periódica e uma estrutura que permite decisões técnicas com agilidade e credibilidade.
Em episódios críticos, como o recente surto de gripe aviária, o fundo mostrou sua força institucional ao viabilizar uma resposta rápida e eficaz, evitando prejuízos maiores e reforçando a imagem do estado como território confiável para exportações.
A nova sede: símbolo de maturidade institucional
Com quase 800 m² de área construída, a nova sede do Fundesa foi projetada para ser mais do que um espaço físico. É um centro de inteligência sanitária, com auditório, salas de reunião, estrutura para capacitações e recepção de missões internacionais. O presidente Rogério Kerber definiu com precisão: “Queremos que esse espaço constitua a casa da sanidade”.
A presença de figuras históricas, como o ex-secretário Odacir Klein — que liderava a pasta da Agricultura quando o fundo foi criado — reforça o caráter simbólico da inauguração. Klein definiu o Fundesa como “uma ideia-símbolo de organização e decisão democrática”.
Quando a prevenção vira política de Estado
Num mundo onde barreiras sanitárias podem fechar mercados inteiros, o Rio Grande do Sul escolhe se antecipar. A nova sede do Fundesa é um marco — não apenas de infraestrutura, mas de visão. Em um país onde o improviso ainda reina, o RS planta estratégia, colhe reputação e exporta confiança.
Na tarde da inauguração, durante a Expointer, autoridades, lideranças do setor e convidados celebraram não apenas um prédio novo — mas a consolidação de um modelo que transforma técnica em política, e política em legado.