A chanceler alemã, Angela Merkel, visitou pela primeira vez nesta sexta-feira (6), em 14 anos como chefe de governo, o campo nazista de extermínio de Auschwitz, símbolo do Holocausto, próximo à cidade de Oświęcim, na Polônia.
Ela segue os passos de chanceleres anteriores, indo até lá antes final de seu mandato. Sua visita é a primeira de um chanceler da Alemanha ao campo desde 1995, e coincide com o aumento do antissemitismo e o avanço da extrema-direita no país.
Durante a visita, Merkel admitiu a responsabilidade da Alemanha pelas atrocidades cometidas Segunda Guerra Mundial, e anunciou uma doação de 60 milhões de euros (cerca de R$ 276 milhões) para a conservação do local. Com o investimento, a Alemanha se consolidará como a maior doadora da fundação.
Metade da verba virá do governo federal alemã e metade de governos regionais, segundo a Reuters.
Judeus mortos
Criado pelos nazistas em junho de 1940 em território polonês ocupado, o complexo de campos de concentração de Auschwitz foi expandido durante os anos da guerra. Em março de 1942, um campo subsidiário, Birkenau, foi estabelecido na cidade polonesa de Brzezinka (Birkenau é o nome alemão para a cidade), a 3 km de Auschwitz. Em outubro do mesmo ano, outro sub-campo, Monowitz, foi aberto em Monowice.
Entre 1942 e 1945, quase 50 sub-campos de Auschwitz foram estabelecidos, segundo o site oficial do museu, tornando-o o maior complexo de campos de extermínio nazistas.
As câmaras de gás onde morreram cerca de 1,1 milhão de pessoas – 1 milhão das quais eram judias – ficavam em Birkenau. As outras vítimas exterminadas eram na maioria poloneses, ciganos e prisioneiros soviéticos.
Os judeus, que chegavam a Birkenau em trens de carga de animais, eram enviados às câmaras de gás depois de uma “seleção” que ocorria na rampa de entrada. Os que tinham condições físicas de trabalhar (como escravos) eram mantidos vivos de forma provisória.
Mais de 3 milhões dos 3,2 milhões de judeus poloneses foram mortos pelos nazistas. O número equivale a cerca de metade dos judeus dizimados no Holocausto.
Em 27 de janeiro de 1945, 7,5 mil prisioneiros ainda no campo foram libertados pelo Exército Vermelho soviético.
Antes de fugir, os nazistas ficaram encarregados de destruir vários prédios do complexo, de 42km², que foi em parte construído pelos próprios prisioneiros.
Desde 1947, o campo é classificado como monumento nacional polonês, e abriga o museu de Auschwitz-Birkenau, administrado por um comitê internacional. Em 1979, foi inscrito na Lista do Patrimônio Mundial da Unesco.
A pedido do governo da Polônia, o comitê da Unesco aprovou, em 2007, uma modificação do nome oficial de Auschwitz, que foi renomeado para “Auschwitz-Birkenau, campo de concentração e extermínio nazista alemão (1940-1945)”. Segundo a France Presse, Varsóvia solicitou a mudança para combater o surgimento, na mídia estrangeira, de expressões como “campos de concentração poloneses” ao se referir aos campos.