Ícone do site Jornal O Sul

A chefe dos direitos humanos da ONU vai encontrar Nicolás Maduro e Juan Guaidó na Venezuela

Em 2020, 18% das mortes causadas pela Covid-19 ocorreram na região. (Foto: Divulgação/ONU)

A alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, vai encontrar Nicolás Maduro e Juan Guaidó. Segundo o órgão, a visita ao ditador e ao autoproclamado presidente da Venezuela acontecerá entre os dias 19 a 21 de junho.

Além do encontro com os líderes, os assessores de Bachelet afirmaram, nesta sexta-feira (14), que a chefe da ONU também visitará ministros e altos funcionários do governo chavista, o Supremo Tribunal de Justiça, o Procurador Geral da República e o Procurador de Justiça.

Bachelet irá, ainda, se reunir com integrantes da oposição (os apoiadores de Guaidó) e com a população em geral. De acordo com a nota da equipe da ONU, a alta comissária encontrará “vítimas de abusos e de violações dos direitos humanos”, como também os parentes dessas pessoas.

Há dois meses, membros do órgão estiveram no país e também realizaram reuniões com líderes da sociedade civil, representantes da oposição e do partido no poder em preparação para a visita. “Temos que ir de forma neutra para conversar com todas as partes, não fazer parte de nenhuma estratégia”, declarou o Alto Comissário na época.

Em setembro de 2018, o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou uma resolução solicitando que o Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos preparasse um relatório “abrangente” sobre a situação dos direitos humanos na Venezuela. A ONU também pediu ao governo venezuelano que colaborasse com o Escritório de Direitos Humanos e com o restante dos mecanismos do Conselho.

Vítimas de violações

Como parte do que foi acertado com as autoridades, a ex-presidente chilena também se reunirá com vítimas de violações dos direitos humanos e seus familiares, além de conversar com líderes de diversos setores da sociedade civil, da comunidade empresarial, de sindicatos, de igrejas e instituições de ensino.

Pelo lado do Judiciário, a alta comissária será recebida pelo presidente da Suprema Corte, Maikel Moreno, e pelo procurador-geral, Tarek Saab, além do defensor do Povo, Alfredo Ruiz.

Está previsto que a alta comissária faça uma declaração no último dia da viagem.

A visita de Bachelet à Venezuela foi negociada durante vários meses e foi precedida de uma missão em março que teve como intuito verificar se existiam as condições para a chegada da alta comissária.

Sua viagem faz parte de um convite que o governo venezuelano fez e que o seu próprio escritório solicitou. A missão foi preparada com muito cuidado para que não seja usada pelo governo ou por nenhum outro ator político para benefício próprio.

Sair da versão mobile