Os primeiros 500 respiradores dos 3 mil que o governo de São Paulo comprou da China e que chegariam no sábado (2) no Brasil ficaram bloqueados no aeroporto de Pequim, o maior do país asiático, segundo informações da coluna de Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.
O bloqueio levou tensão máxima ao governo paulista: sem os equipamentos, não é possível ampliar os leitos para pacientes graves de Covid-19 justamente no momento em que as UTIs já estão quase lotadas. Uma operação de guerra foi montada.
Primeiro problema: o governo chinês fez o bloqueio porque decidiu limitar a 150 o número de itens de cada mercadoria que pode ser embarcada nos aviões para exportação. A ideia é que outros produtos hospitalares, e não apenas respiradores, possam ser entregues em outros países com velocidade.
Foi preciso então mudar a papelada para que pelo menos os primeiros 150 respiradores cheguem a São Paulo nos próximos dias. O segundo problema, mais complexo, é resolver o embarque dos outros 2.850.
“Não durmo há 15 dias”, diz Wilson Mello, presidente da InvesteSP, empresa do governo responsável pela operação. “Vivemos uma loucura na logística global em que nada funciona como antes. Há restrição de contêineres e aviões, há muito menos voos entre os países”, diz ele.
A InvesteSP estuda agora embarcar cada lote de 150 da China em aviões que vão para diferentes países e, depois, de cada um deles para o Brasil. A outra opção é fretar aviões para ir à China buscar a mercadoria. É imprescindível que todos cheguem a SP até o fim de maio.
O governador de São Paulo, João Doria, comentou o bloqueio dos respiradores em coletiva de imprensa desta sexta-feira (8), no Palácio dos Bandeirantes. “Não é um problema exclusivo do governo do Estado. O ministro Nelson Teich também relatou esse problema”, afirmou Doria.
“Os respiradores são os equipamentos mais requisitados, aumentou o preço e diminuiu a oferta, temos um escritório em Xangai e foi restabelecido um cronograma para a chegada dos respiradores”, afirmou Doria. Segundo o governador, uma parte dos equipamentos deve chegar até 30 de maio. “Autorizei a busca por outras fontes que possam ser utilizadas nesse momento de urgência.”
O governador João Doria confirmou nesta sexta-feira (8) que a possibilidade de flexibilização da quarentena em São Paulo está suspensa em todos os 645 municípios paulistas até 31 de maio. A prorrogação se deve ao ritmo acelerado de contágio do coronavírus e o aumento crítico no total de infectados e de mortes por Covid-19, com risco iminente de colapso no sistema de saúde. As informações são do jornal Folha de S.Paulo, do portal de notícias R7 e do governo de São Paulo.