Não há dúvidas de que a cirurgia plástica traz benefícios de uma aparência rejuvenescida, mas será que procedimentos estéticos podem fazer as pessoas gostarem mais de você?
Um estudo publicado na revista Jama Facial Plastic Surgery revelou que mulheres submetidas a operações de rejuvenescimento facial, além de se demonstrarem mais atraentes no pós-operatório, também apresentaram um aspecto mais amigável.
Os achados dessa pesquisa indicam o fenômeno “perfil facial”, uma espécie de atalho cognitivo que o cérebro utiliza para coletar informações sobre a personalidade das pessoas baseado nas suas expressões faciais.
Nós utilizamos esse recurso como parte de um mecanismo evolutivo para avaliar a intenção dos outros em relação a nós. Julgamos o caráter de uma pessoa em poucos segundos, após olharmos para a sua feição. Esses julgamentos tendem a ser semelhantes com a maneira que as outras pessoas avaliam uma mesma expressão facial.
Percepção manipulada.
Esse novo estudo mostra que essas percepções podem ser manipuladas pelos resultados da cirurgia plástica, com alterações da aparência e expressões da face em repouso. Os pesquisadores utilizam fotos de pré e pós-operatório de 30 mulheres submetidas a diversos procedimentos faciais, que foram avaliadas por tipos de personalidades: agressividade, extroversão, amabilidade, confiabilidade e habilidades sociais. Os resultados verificaram que as imagens das mulheres no pós-operatório foram consideradas mais femininas e atraentes.
Quando eu avaliei as imagens do trabalho, percebi que algumas pacientes no pós-operatório apresentavam uma elevação do canto da boca ou diminuição da aparência de cansaço ao redor dos olhos. Isso lhes conferiu uma expressão mais suave no contorno facial, e uma aparência mais feliz, que, por sua vez, levou as pessoas a acreditarem que elas eram mais agradáveis.
O conselho de “quem vê cara, não vê coração” deve ser lembrado para que não julguemos o caráter de alguém por sua aparência, mas, se podemos ter uma boa “cara”, fica mais fácil apreciar o bom “coração”. (Paulo Godoy/DSP)