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Convocação de mil novos policiais federais feita por Bolsonaro preocupa equipe econômica do governo

De acordo com um dos auxiliares do ministro da Economia, ao abrir exceção para os policiais, o presidente dificulta que outras contratações sejam evitadas. (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

A decisão do presidente da República, Jair Bolsonaro, de convocar 1 mil policiais federais aprovados em concurso público no ano passado deixou a equipe econômica do governo federal surpresa e apreensiva, de acordo com informações da colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.

No Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes, a iniciativa foi vista como uma “fissura” na estratégia de contenção de gastos do Executivo. De acordo com um dos auxiliares diretos do ministro, ao abrir exceção para policiais, o presidente dificulta que outras contratações sejam evitadas.

O melhor seria que Bolsonaro esperasse o que é definido como reestruturação do Estado, com a aprovação de reformas, para então flexibilizar despesas. Somada à interferência direta de Bolsonaro no preço do diesel, a medida foi vista como um “desvio de rota”.

No dia 11 deste mês, o ministro da Casal Civil, Onyx Lorenzoni, informou que 1 mil candidatos aprovados no último concurso da Polícia Federal serão convocados. No ano passado, quando foi anunciado pelo então ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, o concurso se destinava à contratação de 500 novos policiais federais.

“Está já ajustado o aproveitamento de 1 mil novos policiais federais, que foram aprovados em concurso público e que estão em fase de reforçar a nossa Polícia Federal no que diz respeito ao combate ao crime organizado e à corrupção”, afirmou Onyx Lorenzoni durante o evento dos cem dias do governo em Brasília.

Déficit no quadro

Segundo informações da Diretoria de Gestão de Pessoal da Polícia Federal, 4.821 cargos estão vagos. São 2.464 cargos de agente, 690 de delegado, 984 de escrivães, 130 de papiloscopistas, 134 de peritos criminais e 419 de planos especiais.

Além das vagas não preenchidas, estão previstas 431 aposentadorias de policiais em 2019. A PF também tem 1.257 servidores que recebem o chamado abono de permanência porque já cumpriram os requisitos e podem pedir a aposentadoria a qualquer momento.

Reforço na Operação Lava-Jato

Apresentada como uma das metas prioritárias para os cem primeiros dias de governo, o Ministério da Justiça e Segurança Pública anunciou um reforço de 85 policiais nas forças-tarefas da Operação Lava-Jato.

De 2018 para 2019, ganharam reforços as delegacias de repressão à corrupção em Curitiba (que passou de 30 policiais para 55), Rio de Janeiro (de 42 para 52), São Paulo (de 36 para 45), Brasília (de 33 para 40) e de Serviço de Inquéritos Especiais (de 8 para 42).

Os reforços nessas delegacias são resultado de remanejamento de policiais federais para as forças-tarefas da Operação Lava-Jato.

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