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A Coreia do Norte anunciou a suspensão dos testes nucleares e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elogiou a atitude: “Grande progresso”

As delegações das duas Coreias entraram unidas na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang. (Foto: Reprodução)

O líder norte-coreano Kim Jong-un anunciou a suspensão de todos os testes nucleares e de mísseis do país e disse que uma base de testes nucleares no Norte do país será fechada, de acordo com a agência sul-coreana Yonhap, que cita como fonte a agência estatal da Coreia do Norte.

“A partir de 21 de abril, a Coreia do Norte irá parar seus testes nucleares e o lançamento de mísseis balísticos intercontinentais”, anunciou a Agência de Notícias Central Coreana.

“O Norte irá fechar sua base de testes nucleares no norte do país para provar sua decisão de suspender os testes nucleares”, acrescentou o comunicado da KCNA.

Ainda segundo a agência norte-coreana, a decisão foi tomada durante uma reunião em plenário do comitê central do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte.

O anúncio aconteceu depois de as duas Coreias reativarem uma linha de telefone direta entre seus governantes, uma semana antes de uma reunião de cúpula entre o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, na zona desmilitarizada que divide a península.

Além disso, o fato também foi divulgado semanas antes do provável encontro entre Kim Jong-un e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, proposto por Kim. A reunião ainda não tem data e local definido, mas Trump disse esta semana, ao receber o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, que avalia cinco opções para sediar o evento.

Pouco depois do anúncio da KCNA, Trump publicou no Twitter uma mensagem comemorando o fim dos testes norte-coreanos.

“A Coreia do Norte concordou em suspender todos os testes nucleares e fechar um grande local de testes. Esta é uma notícia muito boa para a Coreia do Norte e para mundo – grande progresso! Ansioso para nossa cúpula”, escreveu.

O presidente dos EUA também informou esta semana que o atual chefe da CIA (agência de inteligência norte-americana) e próximo secretário de Estado, Mike Pompeo, já se reuniu com o líder norte-coreano há alguns dias e que a conversa “transcorreu muito bem”.

“Mike Pompeo se reuniu com Kim Jong-un na Coreia do Norte na semana passada. A reunião transcorreu muito bem e uma boa relação foi estabelecida. Detalhes da Cúpula estão sendo trabalhados agora. A desnuclearização será uma grande coisa para o mundo, mas também para a Coreia do Norte!”, declarou Trump no Twitter.

Além dos EUA, com quem o líder norte-coreano trocou constantes ameaças e ofensas ao longo de 2017, Kim também tem se reaproximado de seus vizinhos na Coreia do Sul e na China, participando de encontros com autoridades dos dois países e demonstrando intenção de restabelecer boas relações.

Em março, foi confirmado que ele havia feito uma visita secreta a Pequim, acompanhado por sua mulher, Ri Sol Ju, na qual foram recebidos pelo presidente chinês Xi Jinping e pela primeira-dama Peng Liyuan. Na ocasião, Kim Jong-un disse que teve “conversas exitosas” com Xi Jinping e sinalizou a ele que está comprometido com a desnuclearização, segundo a agência chinesa Xinhua.

“A questão da ‘desnuclearização’ da península coreana pode ser resolvida se a Coreia do Sul e os Estados Unidos responderem aos nossos esforços com boa vontade, criarem uma atmosfera de paz e estabilidade, enquanto tomam medidas progressivas e simultâneas para a realização da paz”, disse Kim durante a visita.

Coreia do Sul

Também no início de março, Kim recebeu em Pyongyang uma delegação sul-coreana – a quem encarregou de levar o convite da reunião a Trump. No encontro, ele disse ser sua “firme vontade avançar vigorosamente” e “escrever uma nova história da reunificação nacional”.

Os Jogos Olímpicos de Inverno, realizados em fevereiro na Coreia do Sul, aceleraram a reaproximação entre as coreias, contando inclusive com a presença de Kim Yo Jong, irmã do líder Kim Jong-un, no que foi a primeira visita de um membro da dinastia no poder em Pyongyang desde a trégua na guerra da Coreia em 1953.

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