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A Corregedoria do Senado pode investigar o senador Renan Calheiros por ataque sexista

Alagoano usou o Twitter para disparar contra correligionária Simone Tebet e a jornalista. (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

O novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou a colegas que o corregedor geral do Senado, Roberto Rocha (PSDB-MA), está “à disposição” para tomar providências contra Renan Calheiros (MDB-AL) por causa de agressões sexistas dirigidas por ele a uma jornalista e à família da senadora Simone Tebet (MDB-MS). As informações são da jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.

Elas foram feitas no domingo (03), por meio do Twitter, um dia depois de Calheiros perder a eleição para a presidência do Senado. Com a violenta reação dos internautas, o senador apagou o post. “Foi a maior hecatombe de todo o processo [eleitoral]”, diz o senador Roberto Rocha (PSDB-MA), corregedor da Casa. “Nunca vi nada igual. É tão grave que merece ser examinado.”

A corregedoria só pode atuar caso algum senador faça uma denúncia contra Calheiros, o que não havia ocorrido até a segunda-feira (04). Simone Tebet preferiu não responder aos ataques. A jornalista Dora Kramer, também atingida, postou nas redes sociais: “Agradeço as manifestações, mas não vou responder. O que ele [Calheiros] diz fala por ele”.

Lorenzoni

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, está de alma lavada. Foi derrotado na disputa na Câmara dos Deputados, com a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas comemorou a vitória de Davi Alcolumbre (DEM-AP) no Senado. Motivo: Davi é uma criação sua, uma candidatura que começou a ser pensada em novembro, em um movimento para barrar a volta de Renan Calheiros (MDB-AL) ao comando do Senado.

Em entrevista ao blog da jornalista Andréia Sadi, Onyx Lorenzoni atribuiu a vitória ao sentimento de mudança pela “nova política” no Senado, assim como aconteceu nas eleições presidenciais. Afirmou que Renan Calheiros – que está na mira de investigações – o chamou para a briga algumas vezes, mas que ele não foi “porque sabe o seu lugar” de ministro. “Se eu fosse deputado, eu já tinha ido”, afirmou.

Onyx admite que ajudou Davi, mas nega que o governo tenha interferido com a máquina. “Ganhamos na política. Se Renan tivesse ganhado, ia ser com o PT. Ele não esperava o Davi como candidato, o homem certo na hora certa. Davi tem essa habilidade com os colegas, uma espécie de ‘Jair Bolsonaro do Senado’. Ele é um craque das relações, não tem ninguém que não goste dele. Aí, um dia o Davi ganhou do Golias”, disse.

O ministro afirma não temer a oposição de Renan, se o emedebista quiser se vingar do governo no plenário, durante votações: “Vamos para o enfrentamento, isso é democracia”, disse. Na avaliação do ministro, ganhou a nova política. “A derrota dele vai fazer bem para o País, ele estava junto ao PT há quanto tempo? Pois bem. O Senado se reencontrou com as ruas”, analisou.

 

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