A vacina contra covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford deve apresentar os resultados do estudo de fase 3 antes do final do ano, mas não é possível dizer se será lançada antes do Natal, segundo representantes de Oxford.
“Estou otimista de que poderemos chegar a esse ponto antes do final deste ano”, disse o investigador chefe do estudo da Universidade Oxford, Andrew Pollard, sobre a apresentação dos resultados ainda este ano.
Pollard disse que a constatação de que a a vacina funciona ou não provavelmente virá este ano, depois que os dados sejam revisados pelos reguladores. Só então será tomada uma decisão política sobre quem deve receber as doses. “Pela nossa parte, estamos chegando perto, mas ainda não chegamos”, disse Pollard, diretor do Grupo de Vacina de Oxford.
Questionado se esperava que a vacina começasse a ser distribuída antes do Natal, ele disse: “Há uma pequena chance de isso ser possível, mas simplesmente não sei”.
“Nossos testes são apenas um dos que estão acontecendo ao redor do mundo, alguns dos quais podem ser relatados antes do final do ano. Essas etapas precisarão acontecer para várias vacinas diferentes”, disse.
Espera-se que a vacina Oxford/AstraZeneca seja uma das primeiras de grandes empresas farmacêuticas a ser submetida à aprovação regulatória, junto com a candidata da Pfizer e da BioNTech.
Uma vacina que funciona é vista como uma virada de jogo na batalha contra o novo coronavírus, que matou mais de 1,2 milhão de pessoas em todo o mundo, fechou partes da economia global e virou a vida normal de cabeça para baixo para bilhões de pessoas.
Vacinação em massa
A Fiocruz começa a produzir no Brasil, em janeiro de 2021, 210 milhões de doses da vacina contra a covid-19, contou a presidente da instituição, Nísia Trindade, em entrevista exclusiva ao Estadão. O imunizante será o desenvolvido pela Universidade de Oxford (Reino Unido) e a farmacêutica Astrazeneca, ainda em fase de testes. A produção, disse, poderá atender a uma fatia considerável da população, mesmo que sejam necessárias duas aplicações, o que seria suficiente para imunizar metade do País.
A estimativa é que a vacinação comece em março. “Não vai haver uma aplicação em massa da vacina”, explicou Nísia. “Terá que haver algum critério de priorização, mas isso ainda não foi definido.”
A produção de 100 milhões de doses nos primeiros seis meses será feita com a importação do chamado ingrediente farmacêutico ativo, o principal insumo do imunizante. A partir do segundo semestre, porém, o Brasil já terá produção de forma autônoma, pelo acordo de transferência de tecnologia com o laboratório.
Segundo ela, “no 2º semestre, já com a produção inteiramente nacional, serão mais 110 milhões de doses. Um total de 210 milhões de doses em duas etapas”. O contrato entre Fiocruz e Astrazeneca é de US$ 250 milhões (R$ 1,4 bilhão). Com isso, o País garantirá a autonomia na produção da vacina. Terá também acesso à tecnologia inédita no desenvolvimento de imunizantes, que já se revelou promissora.
