Ícone do site Jornal O Sul

A empresa da sogra de Lulinha fez pagamentos suspeitos

Mãe da mulher de Lulinha teria pago R$ 143 mil à SM Terraplenagem. (Foto: Reprodução)

Uma empresa que tem como sócia a sogra do filho do ex-presidente Lula, Fábio Luis da Silva, o Lulinha, fez pagamentos para uma das companhias utilizadas pelo operador Adir Assad, que já firmou acordo de colaboração premiada na Operação Lava-Jato. De acordo com um relatório do MPF (Ministério Público Federal) anexado a um processo que condenou Assad a nove anos de prisão, a Geobase Construção e Pavimentação, que tem em seu quadro societário Maria Teresa de Abreu Moreira, mãe de Renata Moreira, mulher de Lulinha, fez um pagamento de R$ 143 mil à SM Terraplenagem.

A empresa de Adir Assad está ligada à geração de valores em espécie ilegal para empreiteiras da Lava-Jato. Maria Teresa de Abreu Moreira também fez pagamentos de sua conta individual a Adir Assad, em valores que, somados, alcançam R$ 109,6 mil. Os dados foram revelados pelo jornal “O Estado de S. Paulo” e confirmados pelo jornal “O Globo”. Os pagamentos foram realizados entre maio de 2009 e dezembro de 2010.

Segundo as informações levantadas pelo Ministério Público Federal, as empresas que mais fizeram pagamentos à SM Terraplenagem foram a UTC Engenharia, Delta Construções e Galvão Engenharia. As três foram investigadas e tiveram executivos condenados no âmbito da Operação Lava-Jato e seus desdobramentos. Adir Assad é considerado um dos principais operadores do mercado paralelo. O empresário firmou um acordo de colaboração premiada com os procuradores, já homologado pelo Supremo Tribunal Federal.

Zelotes

Preso desde o começo de abril em Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será interrogado por videoconferência em um processo em que é réu na Operação Zelotes, que corre na Justiça Federal de Brasília. O interrogatório está marcado para as 9h do dia 21 de junho.

Na decisão sobre o interrogatório, publicada na manhã de segunda-feira (21), o juiz Vallisney de Souza Oliveira diz que, como Lula “cumpre pena na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba/PR”, a “medida mais adequada” é a realização do interrogatório via videoconferência.

O magistrado diz também que, caso a defesa queira pedir que o interrogatório seja presencial, deve fazê-lo com no mínimo dez dias de antecedência. Procurados, os advogados de Lula informaram que não vão comentar o assunto. É possível que, por causa do interrogatório, Lula deixe pela primeira vez as dependências da PF (Polícia Federal) desde que foi preso, no dia 7 de abril. Isso porque o ex-presidente deve falar em uma sala de audiências no prédio da Justiça Federal do Paraná, que fica a cerca de 5 km da Superintendência da PF.

Lula cumpre uma pena de 12 anos e um mês de prisão depois de ter sido condenado em segunda instância no caso do triplex, da Operação Lava-Jato, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Sua defesa afirma que não há provas dos crimes imputados ao ex-presidente, e tem direito a recorrer da condenação no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e no STF (Supremo Tribunal Federal).

 

Sair da versão mobile