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A Espanha recebeu 1.200 imigrantes em dois dias e pediu ajuda à Europa

O ministro Fernando Grande-Marlaska acompanhou o trabalho da Guarda. (Foto: Reprodução/Twitter)

O ministro espanhol do Interior, Fernando Grande-Marlaska, pediu neste sábado (28), na Andaluzia, uma “solução europeia” para o “problema da imigração”, depois que a Guarda Costeira espanhola auxiliou mais de 1.200 migrantes no mar em dois dias.

“Viemos aqui para ver no terreno os problemas que existem, o problema da imigração, que é um problema da Europa, que precisa de uma solução europeia”, declarou à imprensa o ministro Grande-Marlaska, membro do novo governo do socialista Pedro Sánchez, ao visitar a província de Cádiz, segundo uma gravação enviada pela delegação oficial.

O ministro foi a Algeciras para constatar como os migrantes estão sendo atendidos pelas forças de segurança e pela Cruz Vermelha.

Em sua conta no Twitter, o serviço público de Salvamento Marítimo anunciou neste sábado que 334 pessoas recém-chegadas de 17 embarcações improvisadas receberam ajuda.

Na sexta, a Guarda Costeira socorreu 888 pessoas em um único dia. Este ano, a Espanha se tornou a primeira porta de entrada de migrantes irregulares à Europa, à frente da Itália.

ONU alerta para mortes

Pelo quinto ano seguido, ao menos 1.500 imigrantes morreram no Mediterrâneo, onde a rota entre Líbia e Itália é a mais fatal e custa a vida de uma em 19 pessoas, disse a agência de migração da ONU (Organização das Nações Unidas) na sexta-feira.

A Espanha, que superou a Itália como destino preferencial, registrou quase 21 mil imigrantes até agora neste ano, quase mais do que em todo o ano passado, segundo a OIM (Organização Internacional para as Migrações).

No todo, cerca de 55 mil imigrantes já chegaram às praias europeias em 2018 -a esta altura no ano passado a cifra foi mais do que o dobro, 111.753, informou.

A Itália, cujo novo governo fechou seus portos a barcos de resgate, viu cerca de 18.130 imigrantes chegarem pelo mar da Líbia neste ano, e o restante foi para Grécia, Malta e Chipre.

“É importante notar duas coisas: uma é que, apesar dos números incrivelmente baixos chegando à Itália, as mortes per capita ou o índice de mortalidade para cada mil pessoas pode ter atingido seu pico desde que a emergência começou”, disse o porta-voz da OIM, Joel Millman, em um comunicado à imprensa em Genebra.

Referindo-se ao saldo de 1.500 mortes, ele disse: “Só uma vez nos últimos quatro anos esta marca foi atingida depois desta data em julho, e isso foi em 2014, quando a emergência só estava começando.”

Mais de 600 imigrantes africanos abriram caminho à força na fronteira altamente fortificada que separa Ceuta, enclave espanhol no norte da África, do Marrocos na quinta-feira usando serras circulares, tesouras de poda e malhos para romper o arame.

“O que podemos dizer é que os primeiros sinais que estamos recebendo das autoridades espanholas é os imigrantes da África Ocidental foram os mais proeminentes na travessia para a Líbia nos últimos dois anos que parecem estar escolhendo a Espanha como sua rota agora”, explicou Millman.

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