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Mundo A Espanha resgatou 240 imigrantes no mar, e 47 morreram na costa da Tunísia

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Em junho, pelo menos 629 pessoas perderam a vida tentando chegar à Europa pelo Mar Mediterrâneo. (Foto: Reprodução)

Este fim de semana teve mais uma sequência de tragédias nos mares por onde navegavam embarcações clandestinas levando imigrantes da África à Europa. Socorristas espanhóis salvaram 240 pessoas que tentavam completar a perigosa travessia pelo Mediterrâneo, durante a qual os relatos iniciais indicavam que uma pessoa havia morrido. Enquanto isso, na costa do Sul da Tunísia, pelo menos 47 imigrantes morreram e outros 68 foram resgatados, segundo autoridades locais.

Agentes de salvamento marítimo espanhois relataram ter visto um corpo flutuando na água logo após o resgate dos sobreviventes. Os passageiros estavam a bordo de 11 embarcações de contrabandistas, que chegaram à região entre sábado e domingo. Geralmente, os contrabandistas cobram valores abusivos para, ilegalmente e sob condições de alto risco, levar imigrantes em busca de uma vida melhor à Europa.

Enquanto isso, na madrugada de domingo, uma embarcação com imigrantes a bordo foi detectada quando se encontrava “a ponto de afundar” na costa de Sfax, segundo o ministério do Interior da Tunísia. O balanço de 47 mortos e 68 feridos ainda poderia aumentar.

Não foi informada a identidade das pessoas mortas. Entre os sobreviventes, há tunisianos e sete cidadãos de Costa do Marfim, Mali, Marrocos e Camarões. Os guarda-costas e a marinha locais continuam as buscas com o apoio de um avião militar, segundo comunicado do governo tunisiano.

“Éramos cerca de 180 pessoas a bordo da embarcação que media cerca de 9 metros e onde não cabiam mais de 70 pessoas”, disse um sobrevivente à rádio tunisiana Mosaico FM.

Segundo a ONU, pelo menos 660 imigrantes já morreram enquanto tentavam cruzar o Mediterrâneo neste ano. Nos quatro primeiros meses de 2018, 22.439 imigrantes chegaram à costa europeia, dois quais 4.409 desembarcaram na Espanha. Na atual época do ano, com a aproximação do verão, a quantidade de embarcações clandestinas em trânsito tende a aumentar, assim como o número de vítimas.

Na “Bamako parisiense”, imigrantes malineses buscam sonho europeu

As conversas no centro de alojamento para trabalhadores migrantes do número 24, na Rua Rochebrune, em Montreuil, no subúrbio leste de Paris, têm sido monotemáticas: a façanha do malinês Mamoudou Gassama, 22 anos, que salvou uma criança de 4 anos pendurada na sacada de um apartamento na capital francesa. Antes de se tornar herói, Mamoudou era um imigrante ilegal que trabalhava clandestinamente e residia no abrigo, dormindo no chão de um quarto de cerca de 15 metros quadrados que dividia com dois irmãos e dois primos.

Na segunda-feira, policiais vieram buscar Mamoudou para levá-lo ao seu novo endereço, o Hotel Ibis localizado nas proximidades. Além da nova morada, o “Homem-aranha” africano, assim apelidado por ter escalado o prédio até o 4º andar para livrar a criança do perigo, ganhou documentos do governo francês, um emprego no Corpo de Bombeiros, e também uma assessora de imprensa. Em sua antiga residência, permanecem centenas de imigrantes que, como ele, percorreram um longo e tortuoso caminho da África até o território francês — a maioria sem conseguir alterar sua condição de ilegais e desempregados.

Birama Gassama, 54 anos, o mais velho dos irmãos de Mamoudou, cultivava a terra em Yaguine, no Mali, quando em 1986 viajou para a França, sem visto. Na sua primeira tentativa, foi retido na chegada e mandado de volta. Duas semanas depois, obteve um documento provisório na embaixada francesa da Costa do Marfim e, dessa vez, conseguiu entrar. Sua situação nunca chegou a se estabilizar. Hoje tem um visto de permanência de dois anos, válido até 2019, e trabalha fazendo serviços de limpeza.

Ele vive há 21 anos no abrigo da Rua Rochebrune em Montreuil, cidade também conhecida como “Bamako-sur-Seine”, agregando o nome da capital do Mali à denominação de localidades francesas situadas ao longo do rio. Os malineses brincam ao definirem Montreuil como “a segunda maior cidade do Mali depois de Bamako”.

Ele evita revelar o valor desembolsado pelo irmão para concluir seu périplo, mas garante que “pagou muito”:

“Não é possível gastar menos de € 4.600 para chegar até aqui por esse trajeto. É o mínimo. Só para fazer a travessia da Líbia para a Itália não é menos de € 1.800.”

O irmão conta que Mamoudou, fanático por esporte, sobretudo por futebol, quando podia despertava cedo pela manhã, mesmo aos domingos, para se exercitar nas redondezas.

Quando encontrou o irmão após o gesto heroico, Birama vaticinou: “Talvez você vá ganhar seus documentos, já houve casos assim no passado”. Ele se referia ao compatriota Lassana Bathily, que após ter salvo reféns no ataque do terrorista Amedy Coulibaly à mercearia judaica Hyper Cacher, em 2015, recebeu a cidadania francesa.

“Estamos todos contentes. Neste país, se você não tem papéis, tem medo de ir para qualquer lado.”

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