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A Espanha restringe voos do Brasil e da África do Sul por causa das novas variantes do coronavírus

A medida, que pode ser prorrogada, tem início nesta quarta e será válida por, ao menos, duas semanas. (Foto: Divulgação)

A Espanha é o mais recente país a anunciar a proibição – a partir desta quarta-feira (3) – da entrada de viajantes com origem no Brasil, devido ao risco de contágio de uma nova variante do coronavírus.

Voos com origem na África do Sul também serão restringidos e será liberada apenas a entrada de pessoas com nacionalidade espanhola ou permissão de residência no país europeu – o mesmo vale para voos do Brasil –, anunciou nessa terça-feira (2) a porta-voz do governo, María Jesús Montero.

A medida deve durar, a princípio, duas semanas, com possibilidade de prorrogação.

Durante esse período, só poderão chegar à Espanha voos ocupados por cidadãos espanhóis, andorranos ou residentes nesses dois países, ou por passageiros em trânsito internacional para um país que não faça parte do espaço Schengen, com escala inferior a 24 horas, sem abandonar a área de trânsito do aeroporto.

Montero explicou que as medidas se enquadram na “ação resoluta do governo de proteger a saúde dos cidadãos e conter a progressão da doença”, em sintonia com as recomendações da União Europeia (UE).

Na segunda-feira (1º), a ministra espanhola de Assuntos Exteriores, UE e Cooperação, Arancha González Laya, já havia informado que o governo estudava a adoção de medidas para evitar a chegada das novas cepas detectadas em outros países. Ela disse que o objetivo é “evitar o contágio daquelas cepas que viajam mais rápido, que são transmitidas mais rápido e que fazem esta pandemia crescer de maneira exponencial”.

Quando foram descobertos os primeiros casos da variante sul-africana no Reino Unido, no final de dezembro, o ministro britânico da Saúde, Matt Hancock, disse que ela é “muito preocupante, porque sua transmissibilidade é ainda maior e sofreu mutação mais rapidamente do que a variedade recém-descoberta no Reino Unido”.

“Tanto a variante do Reino Unido como a sul-africana apresentam alterações genéticas na espícula [a proteína que envolve o vírus, chamada assim por seu perfil pontiagudo, que tem um papel-chave em sua aderência à célula humana] que sugerem que são mais infecciosas. Mas as normas-padrão para evitar o contágio [lavar as mãos, usar máscara e manter distanciamento social] devem ser suficientes para conter a transmissão”, explicou Lawrence Young, professor de Oncologia Molecular da Escola Médica de Warwick, ao site de informação científica SMC.

A variante brasileira também preocupa as autoridades sanitárias. Em meados de janeiro, o Japão identificou uma nova cepa do vírus em viajantes procedentes do Amazonas, onde a situação é cada vez mais grave: com o avanço da covid-19, Manaus está sofrendo uma crise de fornecimento de oxigênio aos hospitais. Por enquanto, os cientistas ainda não sabem até que ponto a nova variante do coronavírus detectada em Manaus é responsável pelo segundo colapso do sistema sanitário do Amazonas, embora haja grandes possibilidades de que ela tenha influído.

Outros países

Na semana passada, a França anunciou que irá proibir a entrada de viajantes de fora da UE – medida que afeta quem está no Brasil – devido ao aumento em seu número de casos de covid-19. No mesmo dia a Alemanha também proibiu a entrada de viajantes com origem no Brasil.

Antes deles, outros países já tinham suspendido voos com origem e destino no Brasil e estabelecido a proibição da entrada ou quarentenas para viajantes que tenham estado no país recentemente, por causa da variante brasileira do coronavírus.

Veja abaixo a lista e as datas:

– Itália – desde 16 de janeiro;

– Turquia – desde 22 de janeiro;

– Israel – desde 26 de janeiro (todos os voos internacionais);

– Portugal – desde 27 de janeiro;

– Colômbia – desde 27 de janeiro;

– França – desde 29 de janeiro (viajantes de fora da UE);

– Alemanha – desde 29 de janeiro.

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