A estação espacial chinesa Tiangong-1 deve reentrar na atmosfera terrestre nesta Páscoa, entre os dias 30 de março e 3 de abril. Esta é a mais recente estimativa do ESA (Escritório de Detritos Espaciais da Agência Espacial Europeia), que acompanha a lenta queda da estação, com a qual os cientistas chineses perderam o contato de rádio, e o controle, em março de 2016.
Rastreada por agências espaciais de todo o mundo, a espaçonave está a uma altitude aproximada de 241 quilômetros e dando voltas em torno da terra a uma velocidade média de 28.968 quilômetros por hora.
A posição da órbita da Tiangong-1 indica a possibilidade de a queda acontecer em vastos trechos da América do Norte e do Sul, China, Oriente Médio, África, Austrália, partes da Europa – e grandes faixas do Oceanos do Pacífico e do Atlântico. Não se sabe, no entanto, quais as probabilidades de a nave espacial sobreviver à colisão com a Terra, já que a China não divulgou detalhes sobre os materiais usados para a construção da Tiangong-1.
“Para fazer qualquer declaração sensata sobre a possível sobrevivência da nave, seria preciso saber o que há dentro dela. Mas os únicos que sabem o que está a bordo da Tiangong-1 – ou mesmo do que ela é feita – são os especialistas da Agência Espacial Chinesa”, disse Stijn Lemmens, um analista de detritos espaciais, em comunicado da agência à imprensa.
Riscos
De acordo com a AEB (Agência Espacial Brasileira), é improvável que os detritos da Tiangong-1 atinjam qualquer pessoa ou danifiquem propriedades. A AEB recomenda que ninguém se aproxime ou toque qualquer objeto espacial que tenha caído em sua proximidade, já que materiais tóxicos como a hidrazina podem sobreviver à reentrada na atmosfera.
Ainda segundo a AEB, caso o céu esteja limpo no dia da queda da Tiangong-1, a reentrada do objeto aparecerá, para quem observá-lo da Terra, como um conjunto de várias linhas brilhantes cruzando o céu em uma mesma direção.
Aperfeiçoar tecnologias
A Estação Chinesa Tiangong-1 – o nome significa “Palácio Celestial” em mandarim – foi lançada em 2011 com o objetivo de aperfeiçoar tecnologias de acoplamento de naves espaciais. Com seu lançamento, a China se tornou o terceiro país a ter uma estação espacial em órbita, depois dos Estados Unidos e da Rússia.
Depois de várias missões, o módulo chinês deveria ter sido derrubado de forma segura em 2013, mas continuou em operação até o ano de 2016. Já naquele ano, o governo da China admitiu ter perdido o controle e informou que não havia mais como conter sua reentrada na atmosfera, de acordo com informações da AEB.
Em 2016, após a perda de controle da Tiangong-1, os especialistas chineses previram que a estação provavelmente queimaria na atmosfera no fim de 2017. Mais tarde, porém, os cientistas da agência europeia comunicaram que o módulo deveria se espatifar na Terra entre março e abril de 2018.
