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A exportação brasileira de carne cresceu 45% em novembro, o que elevou os preços do produto em nosso país

Alfândega chinesa não libera entrada do produto. (Foto: Arquivo/EBC)

As exportações de carne bovina aumentaram 45% em novembro deste ano em comparação ao mesmo mês em 2018. A informação foi divulgada pelo subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão, nesta segunda-feira (2).

Segundo Brandão, o valor das vendas externas de carnes bovinas avançaram para US$ 756 milhões em novembro deste ano, alta de US$ 235 milhões em relação ao mesmo período do ano passado, que registrou US$ 521 milhões em vendas desses produtos.

“É uma questão de oferta e demanda. Há uma demanda externa aquecida pelo produto. Preços são baseados em cotações internacionais”, disse Brandão.

O subsecretário afirmou que as vendas em novembro aumentaram principalmente para a China – que passa por um problema de gripe suína e, por isso, está elevando as compras de carnes de outros países.

Veja abaixo cinco pontos para entender a alta da carne:

A maior procura da China pelo produto e a estiagem ao longo do ano no Brasil contribuíram para o aumento do preço da carne vermelha no mercado interno. Pela primeira vez na história, o preço da arroba do boi gordo ultrapassou os R$ 200.

Para o consumidor final, o preço, em média, aumentou cerca de 35% de janeiro a novembro.

Outro fator que interfere no preço da carne no mercado interno é a valorização do dólar, que deixa as vendas para o exterior mais atrativas. Desde o fim de outubro, a cotação da moeda americana vem subindo com força, batendo recorde atrás de recorde.

Açougues

Impulsionada pela abertura das exportações para a China, o preço da carne bovina disparou no mês de novembro, alta que foi repassada dos frigoríficos para o varejo. Donos de açougues e de restaurantes contam que tiveram que repassar parte desse aumento, mas não tudo, “para não perder o cliente”.

Parte dos açougues da cidade de São Paulo desistiu de mostrar em placas o preço dos cortes de carne bovina porque a mudança é frequente (“Parece o tempo do Sarney”, disse um dono de açougue), além de que os altos valores poderiam afastar a clientela.

O valor médio do boi gordo subiu 35,5% durante o mês de novembro, segundo dados do Cepea-USP (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo). Para não perder clientes nem ter prejuízo, alguns açougues repassaram apenas parte deste valor — e de forma gradual.

Em um supermercado de alto padrão nos Jardins, em São Paulo, o preço do contrafilé chegou a R$ 105/kg e o filé mignon, a R$ 115. O reajuste de cerca de 30% foi feito de uma vez nesta segunda e era esperada uma queda nas vendas, disse um funcionário, que não quis se identificar.

O preço das carnes para os frigoríficos e, consequentemente, para os açougues tem mudado quase diariamente. Para lidar com isso, alguns açougues têm tirado os valores das placas.

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