Ícone do site Jornal O Sul

A gasolina da Petrobras atingiu o maior valor desde o início dos reajustes diários. O preço acumula alta de 7,1% em agosto

Na sexta alta seguida, a estatal aumentou o preço para R$ 2,1079 por litro. (Foto: Divulgação/PMPA)

Impulsionado pela alta do dólar, o preço da gasolina vendida pela Petrobras atingirá, nesta quinta (30), o maior valor desde que a empresa passou a praticar reajustes diários, em julho de 2017. Na sexta alta seguida, a estatal aumentou o preço para R$ 2,1079 por litro.

O recorde anterior, do dia 23 de maio, era de R$ 2,0867 por litro. Naquele período, porém, o principal fator de pressão era a cotação internacional do petróleo, que rondava a casa dos US$ 79 (R$ 286, na cotação da época) por barril. O dólar custava R$ 3,625.

Agora, a desvalorização cambial, motivada por incertezas eleitorais e com relação ao cenário econômico para países emergentes. Na terça-feira (28), a moeda americana fechou a R$ 4,15, a terceira maior cotação diária desde o Plano Real. O petróleo fechou em US$ 75,95 (R$ 315, na cotação atual).

Em agosto, o preço da gasolina vendida pelas refinarias da Petrobras acumula alta de 7,1%. Mas dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) mostram que ainda não houve repasse para o consumidor.

Na semana passada, a gasolina custou em média no País R$ 4,429 por litro, queda de 0,24% com relação ao verificado na semana anterior. No mês, a queda acumulada é de 1%, puxada pela redução do preço do etanol anidro, parte da mistura vendida nos postos.

Congelado desde o início de julho, o preço do diesel nas refinarias também deve apresentar alta nesta sexta-feira (31), quando será iniciada nova etapa da terceira fase do programa de subvenção criado pelo governo federal para pôr fim à paralisação dos caminhoneiros.

Com a escalada do dólar, o subsídio de R$ 0,30 por litro já não é suficiente para cobrir os descontos dados pelas produtoras e importadoras de diesel.

Nesta quarta (29), por exemplo, o preço de venda estabelecido pelo governo estava R$ 0,49 abaixo do preço de referência usado pela ANP para o cálculo da subvenção — que varia diariamente de acordo com o câmbio e as cotações internacionais, simulando preços de mercado.

De acordo com as regras da subvenção, a ANP definirá na sexta o preço de venda para os 30 dias seguintes.

Retomada de operações

A Petrobras informou nesta quarta que a ANP liberou as operações na Replan (Refinaria de Paulínia), suspensas após incêndio na semana passada.

Maior refinaria da estatal, a Replan está com as operações paralisadas desde o dia 20 de agosto. Em até uma semana, 50% da produção da refinaria será normalizada, informou a empresa em nota.

A Replan tem capacidade para processar até 434 mil barris de petróleo por dia. No dia do acidente, a Petrobras disse que a perda de produção seria compensada por estoques e aumento da atividade em outras refinarias.

Sair da versão mobile