O secretário de desestatização, Salim Mattar, afirmou nesta sexta-feira (5) que “a grande maioria das estatais é corrupta”, citando a Petrobras, Correios, além de fundos de pensão. As informações são do jornal O Globo.
“Nós temos 134 estatais. A grande maioria, corrupta. Lembra dos Correios, da Petrobras, da Casa da Moeda. No caso dos Correios, tem o Postalis, que comprou títulos da Venezuela. O rombo dos fundos de pensão que este governo recebeu é de R$ 100 bilhões. E nós vamos parar com isso – disse Mattar em evento organizado pela XP Investimentos, acrescentando que é um ‘privilégio’ estar no governo e poder promover a venda de estatais”, disse.
Falando a investidores, o secretário afirmou que o fato de a Bolsa estar acima dos 100 mil pontos atesta a efetividade das políticas econômicas.
“Quando eu saí da minha empresa para ir para o governo, a Bolsa estava em 92 mil pontos. Agora está acima dos 100 mil pontos. De certa forma, as pessoas que estão nesse governo estão ajudando para uma agregação de valor. Há um reflexo no valor da ação devido às medidas econômicas do governo, e isso é impagável”, disse.
De acordo com Mattar, “o legado da social-democracia é esfrangalhado” no país e que o caminho é o “Estado mínimo”.
“O Estado foi um inferno na minha vida. A carga tributária elevada, quando você tem que lidar com o meio ambiente, até pagar imposto é difícil. O caminho correto é de um Estado mínimo, que não custe tanto para o cidadão”, afirmou Mattar. “Pela primeira vez na história temos um governo com visão liberal na economia. O legado da social-democracia é esfrangalhado. Temos a oportunidade, com o liberalismo, de mudar a nação.”
Fundador da locadora de veículos Localiza, Mattar falou ao lado de outros empresários que apoiam o governo Bolsonaro, como Luciano Hang, da varejista Havan, e Flávio Rocha, da Riachuelo. Mattar deixou o evento sem falar com a imprensa.
Ministro da Economia
Na quinta-feira (4), no mesmo evento, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que, após a aprovação da reforma da Previdência, que ele acredita que ocorrerá na semana que vem, o foco do governo no segundo semestre será acelerar privatizações e implementar a reforma tributária e um novo pacto federativo com todos os gastos desvinculados.
“Para o Senado, a ideia é levar o pacto federativo. Todas as despesas estão desobrigadas, desvinculadas de todos os entes federativos. É o orçamento e as responsabilidades, as atribuições. Vamos controlar lá em cima na União e deixar cada vez mais estados e municípios se responsabilizarem. Você devolve pra classe política a razão de sua existência, não um dinheiro todo carimbado por uma Constituição”, afirmou Guedes,.
“Na Câmara, vamos jogar, vamos jogar a reforma tributária. (…) A reforma dos impostos é iminente, ela vai começar agora.”
Segundo ele, as privatizações também serão uma das prioridades do BNDES, além da aceleração das concessões do PPI, do saneamento e da reestruturação de estados e municípios. Referindo-se a gestões anteriores do banco, Guedes criticou a concessão de empréstimos para exportação de serviços de engenharia por empreiteiras no exterior em países como Cuba, Angola e Venezuela – que o ministro classificou de “países com ideologias obsoletas” – e a política de campeões nacionais.
“O presidente torce para um time, surge um estádio. O presidente gosta de um empresário, um banco público é capitalizado, esse dinheiro vai parar lá e sua empresa vira a maior de proteína animal do mundo. Nenhum presidente pode ter tanto poder assim”, ironizou, referindo-se a Lula.
“O banco deu dinheiro para todo mundo que não está pagando hoje. Tem lucro, claro, porque está garantindo pela União. São os trabalhadores que pagam isso. Vamos desalavancar o banco. (…) O campeão nacional vai ficar chumbado pelo caminho, já que escolheu vias escusas”, criticou.