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A imunoterapia é segura para as pessoas com coronavírus e câncer

Os pesquisadores estão conduzindo este estudo usando amostras de sangue. (Foto: Reprodução)

Segundo pesquisadores do Centro de Câncer da Universidade de Cincinnati, a imunoterapia não traz complicações para pacientes com coronavírus e câncer. Esses dados foram apresentados por Layne Weatherford, PhD, bolsista de pós-doutorado da UC, na Reunião Virtual da Associação Americana de Pesquisa do Câncer: coronavírus e Cancer.

De acordo com a pesquisadora, muitas complicações do coronavírus resultam de uma resposta imune hiperativa, levando a um aumento da produção de proteínas chamadas citocinas. O aumento da produção dessas proteínas pode causar problemas como insuficiência respiratória, e pacientes com câncer são mais suscetíveis à infecção por coronavírus, além de complicações graves.

Dito isso, a profissional acrescenta que muitos pacientes com câncer são tratados com imunoterapia, que ativa o sistema imunológico contra o câncer para destruí-lo. Em pacientes com coronavírus e câncer, a equipe pensou que a imunoterapia poderia aumentar a resposta do sistema imunológico, que já pode ser hiperativa devido a a infecção por coronavírus.

Trisha Wise-Draper, PhD, professora associada de medicina, Divisão de Hematologia Oncologia, da Faculdade de Medicina da UC. diz que os pesquisadores pensaram que o tratamento de pacientes com coronavírus com imunoterapia contra o câncer pode resultar em uma piora na saúde dos pacientes e nos resultados gerais. “Continuamos investigando se a imunoterapia causa um aumento na produção dessas proteínas pelas células imunológicas dos pacientes com coronavírus, mas nossos resultados iniciais mostram que a imunoterapia não está afetando significativamente”, acrescentou.

Os pesquisadores estão conduzindo este estudo usando amostras de sangue de pacientes com câncer, e estão examinando como drogas que permitem que as células imunológicas respondam mais fortemente, em combinação com outros tratamentos, como quimioterapia ou radiação, afetam as células imunológicas de pacientes com coronavírus e pacientes com coronavírus e câncer. Os dados preliminares mostram que um medicamento antidiabético, a metformina, pode reduzir a produção dessas proteínas pelas células imunológicas dos pacientes com coronavírus.

“Essas são descobertas iniciais promissoras. Pesquisas adicionais são necessárias, mas nossos resultados mostram que poderemos tratar as complicações do coronavírus com metformina ou um medicamento semelhante um dia”, concluiu a pesquisadora.

O que é coronavírus?

Os coronavírus são uma grande família de vírus comuns em muitas espécies diferentes de animais, incluindo camelos, gado, gatos e morcegos. Raramente, os coronavírus que infectam animais podem infectar pessoas, como exemplo do MERS-CoV e SARS-CoV. Recentemente, em dezembro de 2019, houve a transmissão de um novo coronavírus (SARS-CoV-2), o qual foi identificado em Wuhan na China e causou a COVID-19, sendo em seguida disseminada e transmitida pessoa a pessoa.

A COVID-19 é uma doença causada pelo coronavírus, denominado SARS-CoV-2, que apresenta um espectro clínico variando de infecções assintomáticas a quadros graves. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a maioria (cerca de 80%) dos pacientes com COVID-19 podem ser assintomáticos ou oligossintomáticos (poucos sintomas), e aproximadamente 20% dos casos detectados requer atendimento hospitalar por apresentarem dificuldade respiratória, dos quais aproximadamente 5% podem necessitar de suporte ventilatório.

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