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A irritação de Lula com os deputados do PT que votaram a favor da PEC da Blindagem

Lula afirmou que se fosse deputado votaria contra e que se fosse presidente do PT também orientaria votar contra. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou irritação com o voto favorável de 12 integrantes da bancada do PT na Câmara dos Deputados à PEC da Blindagem aprovada na noite da última terça-feira (16). De acordo com auxiliares, nos primeiros despachos de quarta (17), no Palácio da Alvorada, Lula demonstrou aborrecimento com a postura dos parlamentares diante de um projeto que altera a Constituição para proteger parlamentares de ações nas esferas criminal e cível.

Segundo relatos, Lula expôs contrariedade pelas digitais deixadas pelo PT em um texto que exige o aval do Legislativo para que parlamentares sejam processados na Justiça. Os 12 deputados petistas que votaram favoravelmente à PEC da Blindagem são Alfredinho (SP), Dilvanda Faro (PA), Dr. Francisco (PI), Flávio Nogueira (PI), Florentino Neto (PI), Jilmar Tatto (SP), Kiko Celeguim (SP), Merlong Solano (PI), Odair Cunha (MG) e Paulo Guedes (MG).

Além da queixa com o entorno mais próximo, Lula reclamou sobre os 12 votos do PT com a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o presidente da legenda, Edinho Silva. Em entrevista à BBC Brasil, Lula afirmou que se fosse deputado votaria contra e que se fosse presidente do PT também orientaria votar contra:

“Se eu fosse deputado, eu seria contra e votaria contra (a PEC da Blindagem). Eu acho que a maior blindagem que as pessoas precisam é elas terem um comportamento sem cometer nenhum ilícito na vida. Eu acho desagradável as pessoas fazerem uma blindagem colocando inclusive presidentes de partido, fica uma coisa esquisita para a sociedade brasileira compreender o que é isso”, disse. “Se eu fosse presidente do meu partido, orientaria para votar contra. Eu votaria para fechar questão e votar contra”, afirmou.

Edinho Silva levou a posição contrária de Lula sobre a PEC da Blindagem à bancada do PT na Câmara e no Senado e chegou a se posicionar de forma contrária à PEC. Porém, ao tratar do assunto com parlamentares petistas, identificou que deputados já haviam se comprometido com o presidente da Câmara, Hugo Motta, a dar o voto favorável à PEC da Blindagem na tentativa de derrubar a urgência da anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro.

“A posição do PT na bancada foi contra a aprovação da PEC, mas a bancada não aprovou fechamento de questão, porque alguns parlamentares já tinham se comprometido com essa negociação de votar na PEC em troca da derrota da anistia, esses parlamentares votaram em forma contrária em relação à bancada, mas para avançar na derrubada da anistia”, afirmou Edinho Silva em entrevista à GloboNews. (Com informações do jornal O Globo)

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