A Itália entrará em quarentena total durante grande parte do período do Natal e do Ano Novo, em uma tentativa de evitar um novo aumento de casos da covid-19, anunciou o primeiro-ministro Giuseppe. Sob as novas regras, as lojas não essenciais estarão fechadas entre 24 e 27 de dezembro, entre 31 de dezembro e 3 de janeiro e nos dias 5 e 6 de janeiro. Nessas datas, as pessoas só poderão se deslocar por motivos de trabalho, saúde ou por alguma emergência.
O primeiro-ministro italiano informou que será dada uma ajuda de 645 milhões de euros (R$ 4 bilhões) para restaurantes e bares como compensação pelo fechamento no período.
“A situação é difícil em toda a Europa. O vírus continua a circular em todo lugar. Nossos especialistas estavam seriamente preocupados com um salto dos casos no Natal. Então, tivemos que agir, mas posso garantir que não foi uma decisão fácil”, afirmou Conte.
O anúncio encerrou dias de indecisão e disputas dentro da coalizão governista, que se dividiu entre aqueles que queriam a quarentena total e aqueles que pressionavam por ações mais limitadas para ajudar empresas em dificuldades e permitir algumas reuniões familiares. A crise prolongada causada pela pandemia tem provocado atritos dentro da coalizão formada pelo Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, o antissistema Movimento 5 Estrelas e o Itália Viva, uma dissidência do PD.
No início do mês, o governo já havia aprovado algumas restrições para conter um aumento da segunda onda do coronavírus no Natal e no Ano Novo, proibindo a Missa do Galo, à meia-noite do dia 24, e interrompendo as viagens interurbanas, após o país registrar o maior número de mortes em um só dia na pandemia.
Nesta quarta-feira, a Itália registou 553 óbitos por covid-19, ultrapassando a marca de 70.000 mortes durante toda a emergência sanitária, um dia antes do confinamento nacional para travar os contágios no período de Natal.
Ao menos 1,9 milhão de pessoas já foram diagnosticadas com covid-19 na Itália, cuja população é de 60 milhões de habitantes. O país, que foi o primeiro epicentro da pandemia na Europa, também responde pelo mais alto número de óbitos no continente.
No México, toda a região metropolitana da capital também foi posta em uma quarentena estrita, que vai até 10 de janeiro. Na região, onde vivem 23 milhões de pessoas, todas as atividades não essenciais estão suspensas. A medida foi tomada porque os leitos de hospitais chegaram a uma ocupação de 75%.
O México acumula 117 mil mortos na pandemia, sendo o quarto país com mais óbitos, depois de EUA, Brasil e Índia, e 30% deles ocorreram na região metropolitana da capital.