A Itália registou neste domingo (9) duas mortes provocadas pelo coronavírus Sars-CoV-2, menor número desde 26 de fevereiro, ainda nos primeiros dias da pandemia no país. Naquela ocasião, o país também havia contabilizado dois óbitos.
De acordo com o boletim atualizado do Ministério da Saúde, a Itália soma 35.205 mortes ocasionadas pela Covid-19 desde o início da crise sanitária. Se os óbitos continuam caindo, os casos diários voltaram a subir neste domingo, chegando a 463, contra 347 do último sábado (8).
O país já acumula três semanas de crescimento nos novos contágios e agora soma 250.566 diagnósticos positivos confirmados. A alta dos casos enquanto os óbitos caem pode se explicar pelo baixo número de contágios ativos no país, 13.263, cifra que subiu pelo sétimo dia seguido, mas ainda está longe do pico de 108.257 registrado em 19 de abril.
Com isso, a Itália tem atualmente mais leitos disponíveis em hospitais e mais condições técnicas e científicas de enfrentar a pandemia, tanto em termos de tratamento como de equipamentos de proteção, o que pode estar reduzindo a mortalidade.
Dos 13.263 casos ativos no país, apenas 45 estão internados em UTIs, sendo nove na Lombardia, oito no Lazio, seis no Vêneto, cinco na Sicília, quatro na Emilia-Romagna, três em Friuli Veneza Giulia e no Piemonte, dois na Campânia e na Ligúria e um em Abruzzo, na Calábria e na Toscana.
A Itália também contabiliza 12.455 pacientes em isolamento domiciliar e 763 em acompanhamento hospitalar, mas fora da terapia intensiva. 202.098 pessoas já receberam alta ou se curaram do novo coronavírus.
Solução
O coronavírus está fazendo com que os estabelecimentos criem soluções a fim de respeitar o distanciamento social. Na Itália, a Wine Window Association buscou uma solução usada na Europa, em 1600, contra a peste negra para que o consumo de bebidas aconteça: a “janela de vinho”. As “janelas de vinho”, ou buchette del vino, da Toscana, são escotilhas de tamanho pequeno, esculpidas nas paredes de concreto de vinícolas e lojas urbanas, onde os comerciantes de bebidas servem o vinho, ou qualquer outra bebida, a uma distância social segura.
“Todo mundo ficou confinado em casa por dois meses e, em seguida, o governo permitiu uma reabertura gradual”, diz o site da Wine Window Association. “Durante esse período, alguns proprietários de vidraçarias florentinas voltaram ao tempo e estão usando as janelas para distribuir copos de vinho, xícaras de café, bebidas, sanduíches e sorvetes – todos livres de germes e sem contato!”
Matteo Faglia, presidente da Wine Window Association, disse contou ao site Inside como funciona a experiência no dia a dia, oferecida por mais de 150 janelas locais. “As pessoas podem bater nas pequenas persianas de madeira e encher suas garrafas diretamente das famílias Antinori, Frescobaldi e Ricasoli, que ainda hoje produzem alguns dos vinhos mais conhecidos da Itália”.
“Queremos colocar uma placa em todas as janelas de vinho, pois as pessoas tendem a respeitá-las mais quando entendem o que são e sua história”, complementou, reforçando o valor histórico das instalações. No pico do surto do coronavírus na Itália, registrou-se nas redes sociais coros da população cantando em solidariedade, em suas janelas abertas e telhados, com um copo de vinho na mão o tempo todo.