Nesse sábado (3) fez 15 dias que a Justiça determinou que a deputada federal Flordelis (PSD-RJ) seja monitorada por tornozeleira eletrônica e fique em recolhimento domiciliar das 23h às 6h. Entretanto, Flordelis ainda não compareceu à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) para colocar o aparelho de monitoramento.
O Tribunal de Justiça alega que oficiais não conseguem intimá-la nem em Niterói, onde ela mora, nem em Brasília, onde trabalha. Diante da dificuldade de intimar Flordelis, a juíza da 3ª vara criminal de Niterói, Nearis dos Santos Carvalho Arce, determinou que os advogados da deputada fornecessem – em 24 horas – os números dos telefones dela e que a intimação seja feita até mesmo fora do horário de expediente, se necessário com auxílio da força policial.
Flordelis e os filhos são réus em processo sobre a morte do marido, pastor Anderson do Carmo, assassinado dentro de sua casa em Niterói, em junho do ano passado. A deputada é acusada de ser a mandante do crime, mas não pode ser presa em razão de sua imunidade parlamentar.
O corregedor da Câmara dos Deputados, deputado Paulo Bengtson (PTB-PA), apresentou ao presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), um parecer recomendando o envio do processo da deputada Flordelis (PSD-RJ) para o Conselho de Ética.
O caso foi analisado pelo corregedor após representação feita no fim de agosto pelo deputado Léo Motta (PSL-MG) contra a deputada, acusada de quebra de decoro parlamentar. Agora, a Mesa Diretora da Câmara analisará o relatório e decidirá se envia o caso para o Conselho de Ética da Casa.
Mais investigados
Mais quatro pessoas passaram a ser investigadas pela morte do pastor Anderson do Carmo, marido da deputada federal e missionária Flordelis — denunciada como a mandante do crime. A Polícia Civil do RJ e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) abriram um terceiro inquérito sobre a execução. Desta vez, são investigados: Gerson, filho de Flordelis; Lorraine, neta da deputada; Gilcineia Teixeira, cozinheira da casa; e Marcio Buba, motorista da missionária.
Flordelis foi denunciada pelo MPRJ, mas não pôde ser presa por ter imunidade parlamentar – quando somente flagrantes de crimes inafiançáveis são passíveis de prisão. A deputada vai responder por cinco crimes: homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima), associação criminosa, falsidade ideológica e uso de documento falso.
Segundo a polícia, antes do assassinato a tiros, Flordelis tentou matar o marido em maio de 2018, colocando arsênico na comida dele. Por isso, ela também responderá por tentativa de homicídio. Além de Flordelis, sete filhos e uma neta também vão a julgamento.
