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A Justiça encontrou 4 bilhões de reais da Vale para serem bloqueados

A defesa da empresa alega que a Vale tem patrimônio suficiente para fazer frente a qualquer eventual obrigação futura. (Foto: Ricardo Stuckert/Fotos Públicas)

A Vale já depositou R$ 1 bilhão numa conta judicial para evitar que os recursos fossem bloqueados de uma das suas contas, conforme determinação da Justiça.

Juízes de Minas Gerais ordenaram outros dois bloqueios, de R$ 5 bilhões cada, em um total de R$ 10 bilhões, para garantir a reparação de danos a vítimas do acidente em Brumadinho.

Além do R$ 1 bilhão depositado, outros cerca de R$ 4 bilhões foram encontrados e bloqueados. Faltam cerca de R$ 6 bilhões.

A defesa da empresa tenta derrubar as decisões no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Alega que a Vale tem patrimônio suficiente para fazer frente a qualquer eventual obrigação futura e que o congelamento compromete o funcionamento da companhia.

Comprometimento

O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, disse na última quinta-feira (31) que a empresa busca fechar um acordo com as autoridades de Minas Gerais para indenizar o mais rápido possível as famílias atingidas pelo rompimento de uma de suas barragens em Brumadinho, ocorrido na última sexta (25).

Schvartsman se reuniu com a procuradora-geral, Raquel Dodge, em Brasília. “A intenção foi revelar a ela nossa intenção de acelerar ao máximo o processo de indenização e atendimento às consequências do desastre”, disse.

“Para tanto, nós estamos preparados para abdicar de ações judiciais, fazer acordos extrajudiciais, e buscando assinar com a maior celeridade possível um acordo com as autoridades de Minas Gerais que permita que a Vale comece imediatamente a fazer frente a esse processo indenizatório”, afirmou.

O presidente da Vale não mencionou valores para os acordos nem prazos. Disse que, antes, é preciso saber o número de vítimas. “Será o valor necessário. Quando for definida a extensão das vítimas, o valor será decorrente disso.”

Questionado se, com a iniciativa de firmar acordos extrajudiciais, a Vale espera abrandamento das punições no futuro, Schvartsman respondeu que não está preocupado com essa questão. “Nós estamos sinceramente muito chateados, muito tristes com o que aconteceu, e queremos minorar o sofrimento das vítimas”, declarou.

Mais cedo, Dodge havia se encontrado com representantes das vítimas de Brumadinho e Mariana (MG) e dito que o Ministério Público deverá priorizar soluções extrajudiciais, que são mais rápidas, para solucionar problemas emergenciais, como falta de emprego, de casa e comida na região afetada.

“É preciso que a vida volte ao normal e isso não é possível se a empresa não assumir sua responsabilidade independentemente de processos judiciais”, disse Dodge. Ficou acertada uma nova reunião entre Dodge e Schvartsman.

 

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