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Dentista acusado de matar gerente de banco no Vale do Taquari volta à prisão

Suposto autor do crime era vizinho e ex-amigo da vítima. (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

Após uma ordem de prisão expedida pela Justiça, a Polícia Civil capturou nessa quinta-feira, em Encantado, um dentista de 53 anos, acusado de assassinar um gerente do banco Sicredi em Anta Gorda (Vale do Taquari). O crime ocorreu em novembro passado, no condomínio em que ambos moravam. Ele já foi encaminhado a uma penitenciária estadual na região.

A nova ordem de prisão havia sido determinada na última segunda-feira, a pedido do MP (Ministério Público). Ele ressaltou o fato de que familiares e amigos do gerente desaparecido, bem como testemunhas do processo, vinham sendo alvos de ameaças por parte do dentista em Anta Gorda.

Alguns deles relataram episódios de perseguição a pé ou de carro em ruas do município. Como se não bastasse essa forma de coação, o denunciado estaria “mandando recados” de que as pessoas da comunidade devem temê-lo. Em liberdade, portanto, ele passou a ser considerado um elemento capaz de atrapalhar o andamento do processo.

Primeira prisão

Durante a fase de investigação do crime, o dentista chegou a ter a sua prisão temporária decretada e acabou localizado em Capão da Canoa (Litoral Norte) no dia 23 de janeiro.  Conduzido ao Presídio Estadual de Encantado, acabou solto uma semana depois, por conta de um habeas corpus obtido por sua defesa junto ao TJ-RS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul). O seu passaporte, no entanto, foi apreendido.

O MP (Ministério Público) denunciou o suposto autor por homicídio triplamente qualificado: motivo torpe (a desavença), o recurso (asfixia) que dificultou a defesa da vítima e ocultação de cadáver – que até hoje foi encontrado.

O crime

Depoimentos apontam que a vítima e o acusado haviam rompido recentemente uma relação de amizade. Motivo: o dentista estava inconformado porque um imóvel de sua propriedade não seria mais alugado pelo gerente de banco.

Gerente do Sicredi havia 25 anos, Jacir Potrich desapareceu no dia 13 de novembro do ano passado, após usar um espaço coletivo do condomínio para limpar os peixes que havia pescado. O seu carro, no entanto, permaneceu na garagem e o circuito interno de segurança registraram apenas a sua chegada, sem qualquer imagem de saída. Em busca de um possível corpo, dois dias depois os bombeiros esvaziaram um açude próximo às residências de ambos os homens, mas nada foi localizado.

A Polícia Civil também constatou que, na época do sumiço de seu vizinho, o agora réu subiu em um telhado para mexer em duas câmeras de vigilância do pátio do condomínio. Para o MP, o gerente de 55 anos foi assassinado por asfixia e teve o seu corpo ocultado pelo dentista de 52 anos em algum ponto ainda não identificado de Anta Gorda.

(Marcello Campos)

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