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Tribunal rejeita recurso, e o ex-presidente da Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn deve ficar preso até março

Acusado de crimes financeiros, ele aguardava julgamento há mais de 1 ano no Japão (Foto: Reprodução)

O tribunal de Tóquio, no Japão, rejeitou nesta quinta-feira (17) um recurso dos advogados de Carlos Ghosn, ex-presidente da Nissan, que tentava reverter uma decisão que negou a concessão de liberdade sob fiança ao executivo brasileiro.

Com isso, Ghosn, que ainda é presidente da Renault, deve ficar em prisão provisória pelo menos até o dia 10 de março na capital japonesa. Os advogados do executivo confirmaram a decisão desta quinta e disseram que planejam apresentar um recurso especial até esta sexta-feira (18). Desde que foi preso em 19 de novembro, Ghosn está aguardando um julgamento que ainda pode demorar seis meses para começar.

O executivo é alvo de três acusações por abuso de confiança e outras infrações financeiras, como supostamente transferir temporariamente perdas pessoais com investimentos para a Nissan e ocultar parte sua renda durante três anos. Ele nega todas as acusações.

O principal advogado do empresário de 64 anos, Motonari Otsuru, disse anteriormente que rejeita o motivo pelo qual a Justiça havia decidido manter Ghosn preso. A alegação foi de risco de fuga, assim como de ocultação ou destruição de provas.

Com acusações mais leves, o então braço-direito de Ghosn, Greg Kelly, também detido, teve seu pedido de liberdade sob fiança aceito no dia 25 de dezembro. Na quarta-feira (16), o governo francês, primeiro acionista da montadora Renault, pediu a convocação do conselho de administração para designar um sucessor para Carlos Ghosn, cuja imagem se viu muito deteriorada nos últimos meses.

Ele perderia, assim, seu último título. Nissan e Mitsubishi já o destituíram do posto de presidente de seus conselhos administrativos no final de novembro, pouco depois de sua detenção.

As acusações contra Ghosn

O ex-presidente de Nissan, de 64 anos, está preso em Tóquio devido às suspeitas de que cometeu irregularidades relacionadas com a declaração do seu salário e com a gestão dos seus bens enquanto estava à frente da montadora.

Ghosn foi acusado de omitir rendimentos nos relatórios financeiros da Nissan entre 2010 a 2018. Além disso, o executivo brasileiro  teria empurrado US$ 16,6 milhões em gastos pessoais para as contas da empresa.

Ainda há um processo da Nissan contra Ghosn pelo uso de bens da empresa em benefício próprio. Imóveis de luxo em pelo menos quatro países diferentes teriam sido comprados e reformados para uso do executivo e de sua família. Um deles fica em uma área nobre do Rio de Janeiro.

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