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A ministra da Mulher diz que recebeu ameaças de morte, mas que não pensa em deixar o governo. Ela deixou a sua casa em Brasília e está morando em um hotel, como medida de segurança

Pastora evangélica, a ministra tem sido um dos elementos mais polêmicos do Executivo. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, era quase uma desconhecida quando Bolsonaro a escolheu para o governo. Pastora evangélica, tem sido um dos elementos mais polêmicos do Executivo. Militante ativa contra o aborto, rejeita que o tema seja encarado como uma questão de saúde pública, apesar de milhares de mulheres morrerem anualmente no Brasil por causa de interrupções ilegais de gravidez. A ministra é também contra os direitos LGBTI, tendo anunciado no inicio de funções que, no Brasil, “os meninos vestem de azul e as meninas de rosa”.

Na internet, é possível encontrar vídeos em que Damares Alves defende que “a ideologia de gênero é uma violência exercida sobre as crianças do Brasil”, e acusa os ativistas – “estão desconstruindo a identidade biológica” delas. Em sites especializados para o público evangélico, a pastora também é citada com frequência, denunciando o que considera ser uma “guerra contra a família” promovida nas escolas brasileiras.

A última polêmica aconteceu no mês passado, quando afirmou que “a mulher deve ser submissa ao homem no casamento”. Damares Alves já recebeu várias ameaças de morte que a obrigaram a sair de casa, em Brasília, e passar a viver em um hotel não identificado. Os serviços de segurança, que a acompanham 24 horas por dia, decidiram que a agenda da ministra não é divulgada com antecedência.

Esta sexta-feira (03), a imprensa garante que ele esteve reunida com o presidente para falar do futuro e comunicou-lhe que não tem condições físicas ou mentais para continuar no cargo. Bolsonaro não foi sensível aos argumentos: “Vai sair mas daqui a quatro anos”. A pastora evangélica prometeu que fica no cargo até estar concluída a revisão das principais páginas do Ministério, mas no limite sai do governo em dezembro. A ministra confirmou as ameaças de morte que tem recebido mas garantiu que não pretende deixar o governo. Damares Alves diz que foi mal entendida.

Demissão

Damares Alves avisou a aliados que decidiu demitir a secretária nacional de Políticas para as Mulheres, Tia Eron (PRB-BA). Damares ligou esta semana para a subordinada para se queixar da produtividade dela. A ministra também se preocupou em avisar ao presidente do PRB, o deputado federal Marcos Pereira (SP). A exoneração deve ser publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias.

A secretária-adjunta Roseane Cavalcante de Freitas, conhecida como Rosinha da Adefal (Avante-AL), deve assumir interinamente a cadeira deixada por Tia Eron. Rosinha é ex-deputada federal. Ao demitir Tia Eron, Damares justificou ter se incomodado com a “falta de produtividade” dela no ministério e também com a quantidade de pessoas “ligadas à esquerda” que ela teria nomeado para a pasta. Inconformada com as críticas, Tia Eron ligou para a prefeitura de Salvador – onde foi secretária Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza – para checar se a passagem dela por lá também tinha sido considerada negativa.

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