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A mulher presa no Rio de Janeiro por simular infecção por coronavírus também mentiu que havia tomado remédio contra gripe H1N1

Farsa protagonizada por Claudete Silva, 39 anos, causou transtornos e prejuízos. (Foto: Reprodução)

Presa em flagrante no Rio de Janeiro na noite de sexta-feira por mentir que estava infectada pelo coronavírus, a desempregada Claudete Maria Rosa da Silva, 39 anos, também disse que havia tomado remédio contra a gripe H1N1. Ele foi autuada por falsidade ideológica e no artigo 41 da Lei de Contravenções Penais (provocar alarma, anunciar desastre ou perigo inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto) e conduzida a um presídio.

O incidente começou quando ela se dirigiu durante a madrugada, acompanhada de uma amiga, até uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Copacabana, na Zona Sul da capital fluminense, relatando sintomas como falta de ar, febre, náusea e dor de cabeça. Disse, ainda, que tinha chegado de Hong Kong dias antes, em um voo com escala nos Estados Unidos.

A situação motivou a equipe a aplicar nebulização e os medicamentos dipirona e bromoprida, além do medicamento Tamiflu, para gripe H1N1. Claudete também foi submetida a uma radiografia na UPA de Botafogo e, em seguida, entrou em sistema de isolamento. Acionada, a Secretaria Estadual da Saúde encaminhou o caso ao Ministério da Saúde e amostras foram colhidas.

Os profissionais começaram a desconfiar da história da mulher quando ela entrou em contradição. Primeiro, disse que tinha viajado com a patroa e os três filhos, de quem seria babá. Quando pediram o telefone da família, ela deu um número que ninguém atendia – confrontada, Claudete fingiu estar delirando e alegou que não conseguia lembrar o número.

A equipe da unidade pediu o passaporte dela, mas respondeu que estava sem o documento. O caso foi então parou na Polícia Federal, que rejeitou a hipótese da viagem – Claudette sequer tinha passaporte. A amiga que a acompanhava forneceu um telefone da família dela na Baixada Fluminense e, por volta das 13h, a mãe da desempregada chegou à UPA e convenceu a filha a assumir que estava mentindo.

Prejuízo

Segundo as autoridades do Rio de Janeiro, a farsa causou uma série de transtornos e prejuízos aos cofres públicos. Além do atraso no atendimento a outros pacientes, a UPA teve que fazer uma compra emergencial de máscaras para toda a equipe que estava de plantão e para os profissionais que assumiriam o turno seguinte.

Além disso, funcionários da Unidade encaminharam reclamação à ouvidoria da Secretaria da Saúde, por não terem sido avisados da suspeita de um caso de coronavírus no local.

“Por um motivo absolutamente egoístico, Claudete concentrou a atenção e os cuidados de inúmeros profissionais da saúde que estavam atuando na UPA naquele dia, mantendo por horas a narrativa fantasiosa de um recente retorno de uma viagem a Hong Kong, provocando a utilização de protocolos internacionais para o combate ao vírus, inclusive a comunicação imediata da suspeita aos órgãos competentes”, ressaltou a titular da 12ª DP (Delegacia de Polícia) de Copacabana, Valéria Aragão.

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