Cerca de um mês após o histórico leilão em que o quadro Salvator Mundi, atribuído a Leonardo da Vinci, mas cuja autoria permanece em discussão, foi arrematado anonimamente por 450 milhões de dólares, em novembro de 2017, o museu Louvre Abu Dhabi anunciou que havia adquirido a obra para exposição, sem entrar em detalhes se a transação havia sido um empréstimo, doação ou venda. No entanto, a mostra, marcada para setembro de 2018, não ocorreu, e não se sabe o paradeiro da obra.
Apesar da polêmica em torno da autenticidade – há debate se Salvator Mundi, que data de cerca de 1500, foi pintado pelo próprio Leonardo ou por um de seus aprendizes –, a tela se tornou a peça de arte mais cara da história.
O jornal The New York Times apurou que os funcionários do Louvre Abu Dhabi não sabem onde a pintura estaria, e que o Louvre de Paris também não conseguiu localizar Salvator Mundi, de acordo com fontes anônimas.
O comprador da obra em 2017, soube-se mais tarde, era alguém próximo ou um possível representante do governante da Arábia Saudita, o príncipe Mohammed bin Salman.
A exposição da obra, marcada para setembro de 2018 e cancelada sem explicações, era aguardada pelo circuito de arte para marcar os 500 anos da morte de Leonardo da Vinci, em maio de 2019.
História baseada em mentiras
O estudioso italiano Riccardo Magnani, especialista sobre a vida de Leonardo Da Vinci (1452 -1519), revelou que a história contada sobre o gênio renascentista é baseada em “mentiras”.
Com base em pesquisas oficiais, Magnani revisa alguns fatos sobre a vida do artista. Entre as contestações, ele explica que o gênio italiano não nasceu em 1452, não era filho de Piero Da Vinci, sua mãe era de origem nobre e não humilde e ele nunca foi aluno do pintor Andrea del Verrochio.
Formado em Economia e Comércio pela universidade da Lombardia, o italiano apresentará sua tese em Florença, no próximo dia 15 de abril, em uma das sete conferências dedicadas ao pintor, que está sob os holofotes pelas comemorações dos 500 anos de sua morte.
“Dele [Da Vinci] pensamos que sabemos tudo, mas Leonardo Da Vinci não nasceu em 1452, ele não era o filho, mas sobrinho adquirido pelo notário Piero, sua mãe não veio das classes mais baixas da sociedade, mas era uma nobre, e ele não era aluno de Verrocchio”, ressaltou.
De acordo com Magnani, “o único dado que é praticamente confiável em biografias é o da morte em 2 de maio de 1519, em Amboise”, porque, alguns especialistas, afirmam que, na época de seu falecimento, Da Vinci tinha pouco mais do que 75 anos de idade.
“Um cálculo matemático fácil é suficiente para entender que na mais restritiva das hipóteses ele nasceu antes de 1444”, ressaltou. Além disso, o pesquisador explicou que Da Vinci sempre mais hábil do que Verrocchio tanto na pintura quanto na escultura e, portanto, está convencido de que ele não pode ter sido aluno do florentino, até porque ambos teriam quase a mesma idade. Para Magnani, nem mesmo a representação física do gênio italiano seria verdadeira. O estudo sobre o parentesco e a data de nascimento de Da Vinci modifica toda a origem da vida e de suas obras.
