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A obrigação de pais e mães quando os filhos viram adultos

Pais devem desconstruir a imagem do filhos como crianças e passar incentivá-los como adultos, demonstrando confiança no seu amadurecimento. (Foto: Reprodução)

A chegada dos 18 anos e, consequentemente, da maioridade, é um marco na vida de todo jovem. Com grandes poderes – a possibilidade de entrar em boates e tirar a carteira de motorista, por exemplo –, vêm também grandes responsabilidades, como escolher uma profissão, que costumam deixar os adolescentes confusos.

Para que o início da vida adulta transcorra sem traumas, é importante que pais e filhos sejam parceiros nessa etapa da vida.

De acordo com o psicólogo Aurélio Melo, os 18 anos ficam marcados como o momento de começo da autonomia, como se a pessoa não fosse mais dependente de ninguém.

No entanto, as transformações psicológicas que dão condições ao jovem de lidar com as obrigações impostas pela sociedade a partir dessa idade podem ocorrer um pouco depois.

Dificuldade em tomar decisões.
Isso explica a insegurança diante de alguns desafios. “Em termos orgânicos, o cérebro já está completamente formado. Mas na questão operacional, o órgão ainda está amadurecendo. Por isso, é difícil tomar decisões”, completa o pediatra Mário Novais. Já conforme a psicóloga Flávia Freitas, o alcance da maioridade casa com a fase em que se tem o auge das descobertas.

Nesta época, são formados valores pessoais e modelos de vida relacionados a trabalho, família e casamento. Aos pais, cabe desconstruir a imagem do filho como criança e passar a vê-lo como adulto.
Parte das dificuldades enfrentadas pelos jovens de 18 anos que se veem em conflito com a autonomia se deve a atitudes contraditórias dos pais, que ao mesmo tempo que fazem cobranças dos filhos, os tratam como se fossem incapazes de lidar com os próprios problemas.

Preparação para a maioridade.
Para Melo, o ideal é ir preparando o adolescente aos poucos para a chegada da maioridade. “Uma pessoa de 15 anos já tem várias características que a habilitam a ser adulta. Mas muitos pais não deixam filhos dessa idade pegar ônibus para ir à escola. Deixar o jovem assumir algumas coisas vai fazê-lo amadurecer, aprender a se relacionar, ficar mais confiante. Se não, ele fica aprisionado na ilha da fantasia”, afirma o psicólogo.

Nesse processo, dar limites à liberdade dos adolescentes é importante desde que isso não atrapalhe a conquista da independência por eles – ressalta o pediatra Mário Novais. (AG)

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