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A Opep e a Rússia estendem cortes na produção de petróleo até o fim de julho

Unidade de processamento de petróleo na Arábia Saudita. (Foto: Fayez Nureldine/AFP)

A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), a Rússia e aliados concordaram em estender os cortes na produção de petróleo até o fim de julho, prolongando um acordo que ajudou os preços a dobrar nos últimos dois meses, reduzindo quase 10% da produção mundial.

O grupo, conhecido como OPEP+, também exigiu que países como Nigéria e Iraque, que excederam as cotas de produção em maio e junho, compensassem agora, com cortes extras, entre julho e setembro.

Os países haviam anunciado inicialmente que reduziriam a oferta em 9,7 milhões de barris por dia (bpd) entre maio e junho, em uma tentativa de sustentar os preços do barril, que desabaram devido à crise do novo coronavírus. Esses cortes devem diminuir para 7,7 milhões de bpd, de julho a dezembro.

A demanda está voltando, à medida que grandes economias consumidoras de petróleo saem da quarentena. Mas ainda não estamos fora de perigo e os desafios ainda persistem”, disse o ministro da Energia saudita, Abdulaziz bin Salman, em uma videoconferência.

O preço do petróleo cru de classificação Brent subiu para um valor acima de US$ 42 por barril, depois de ter mergulhado para um valor abaixo de US$ 20 em abril. Os preços, no entanto, ainda permanecem um terço mais baixos do que no fim de 2019.

“É esperado que os preços estejam fortes a partir da próxima segunda-feira, mantendo os níveis de mais de US$ 40 por barril”, disse Bjornar Tonhaugen, da consultoria Rystad Energy.

A Arábia Saudita, principal agente da Opep, e a Rússia precisam trabalhar em conjunto para elevar os preços do petróleo a um patamar que atenda às necessidades dos dois países, sem deixar que o preço do barril fique acima US$ 50, o que poderia incentivar a produção de xisto nos Estados Unidos, que rivaliza com as produções de petróleo dos dois países.

Com as restrições do coronavírus caindo mundo afora, a demanda por petróleo deve exceder a oferta em julho, mas a OPEP ainda tem 1 bilhão de barris em estoque, acumulados desde março, para despejar no mercado e regular os preços.

O comitê ministerial de monitoramento da OPEC+, conhecido como JMMC, vai se reunir mensalmente até dezembro para avaliar as condições do mercado e recomendar níveis de cortes. A próxima reunião do grupo foi marcada para 18 de junho e o próximo encontro da Opep e da Opep+ deve ocorrer entre 30 de novembro e 1 de dezembro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e da agência de notícias Reuters.

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