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A Operação Lava-Jato incluiu o nome da mulher do analista da Receita Federal na lista de procurados pela Interpol, a polícia internacional

O analista da Receita é apontado como responsável pela cobrança de propina de empresários investigados. (Foto: Agência Brasil)

A força-tarefa da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro incluiu o nome de Mônica da Costa Monteiro Souza na lista de difusão vermelha da Interpol, a polícia internacional. Foragida há sete dias desde a deflagração da operação Armadeira, ela é casada com o analista tributário da Receita Federal, Marcial Pereira de Souza, apontado pelo MPF (Ministério Público Federal) como o responsável pela cobrança de propina de empresários investigados, em troca do cancelamento de multas milionárias aplicadas pela por sonegação fiscal.

A autorização do nome de Mônica na lista de foragidos da Justiça brasileira foi dada na terça-feira (8) pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio a pedido do MPF, que tem indícios de que ela esteja fora do País. O jornal O Globo apurou que Mônica comprou uma passagem aérea marcada para o mesmo dia da operação. Ela estaria em Portugal, onde mora um filho do casal.

Bretas também prorrogou a prisão temporária de João Batista da Silva  por mais cinco dias. Ele não foi encontrado pelos agentes da Polícia Federal no dia da operação e só se apresentou à Justiça dois dias depois. A força-tarefa desconfia que ele pode ter destruído documentos que serviriam como provas da atuação da organização criminosa. Batista é investigado por ter papel preponderante na lavagem de dinheiro para o tio, Marco Aurélio Canal, líder da quadrilha dentro da Receita.

Canal era supervisor nacional da Equipe Especial de Programação da Lava-Jato, criada pela Receita para restituir aos cofres públicos os valores sonegados pelos acusados.

E-mails

Na terça-feira, o jornal O Globo mostrou que a força-tarefa  encontrou provas de que Marcial utilizava um endereço de e-mail chamado “projetoalfredo@gmail”  para cobrar propina de empresários alvos da Lava-Jato.

Com a colaboração do Google e de uma operadora telefônica, a partir da quebra de sigilo telemático autorizada pela Justiça, foi possível confirmar que uma das mensagens de achaque contra o delator do esquema  partiu de um celular conectado a um modem em nome de Marcial.

Usada como prova cabal pelo Ministério Público Federal para a prisão do analista da Receita, uma das mensagens enviada ao contador Rildo Alves da Silva, indicado pelo delator Ricardo Siqueira Rodrigues para acertar os pagamentos de propina, revela a pressão de Marcial  para receber os valores acertados. Nela, Marcial afirma que a fiscalização de Ricardo estaria “sob controle”.

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