A Oi teve o novo plano de recuperação judicial de empresa aprovado em 2020. Entre os objetivos traçados, estavam a venda da operação móvel da operadora e a concentração no segmento core, de infraestrutura. Tudo isso, com o intuito de diminuir a dívida e devolver competitividade à companhia. Essa estratégia vem sendo perseguida pelos executivos da Oi. E dando frutos.
Se antes existiam dúvidas sobre a perenidade da companhia, hoje a empresa já figura entre recomendações de compra voltadas para investidores com perfil arrojado. Afinal, em um período de 12 meses encerrados em 26 de março de 2021, os papéis OI despontaram cerca de 250% na Bolsa de Valores, reflexo do movimento especulativo em torno do ativo.
No quarto trimestre de 2020, a Oi registrou um lucro líquido de R$ 1,8 bilhão, revertendo o prejuízo de R$ 2,3 bilhões do mesmo período do ano anterior. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia foi de R$ 1,5 bilhão, 5,5% a mais do que em 2019. E a dívida líquida da Oi está em R$ 21,8 bilhões.
Na visão de Rodrigo Abreu, CEO da operadora, a empresa está cada vez mais reconquistando a confiança dos acionistas e segue para ter um ano ainda mais favorável. “Nós vamos operacionalizar tudo aquilo que foi desenhado no ano passado, ou seja, será um ano muito intenso”, diz o executivo. “A melhor maneira de reconquistar a confiança do mercado e do investidor é executar aquilo que você falou e prometeu.”
O executivo ainda elenca as metas batidas durante o ano passado, como o fechamento do processo competitivo judicial de venda da parte móvel e a separação estrutural, e explica que a Oi deve, em breve, encerrar o processo de recuperação judicial. “Esse evento está previsto para acontecer até o final do ano, ou no máximo no começo do ano que vem”, diz Abreu.
Leia abaixo um trecho da entrevista:
– Por que o Sr. acha que a companhia entrou nos holofotes ? “Se você pudesse citar apenas um grande destaque, qual seria? Começando do final para o começo: a grande vitória deste ano foi a reconquista da confiança dos investidores, isso aconteceu justamente porque a companhia era vista como uma ação de muito risco e de baixa confiança e, por isso, era um papel negociado a valores menores do que os que temos hoje. A companhia acabou mostrando ao longo destes dois últimos anos, que tem um plano sólido que tem uma execução sólida, que tem comprometimento com entregar aquilo que está comunicando ao mercado. Isso por si só, uma vez que você consegue de maneira sólida trimestre após trimestre que você está executando, que está conseguindo levar a companhia para o caminho que ia levar, diminui o risco percebido pelas pessoas e aumenta confiança na execução de um plano que foi comunicado. O grande destaque foi o retorno da confiança, obviamente temos muitos desafios pela frente, então temos que continuar a nos provar, executar e entregar nosso plano de transformação. Mas a companhia tem bastante confiança na sua capacidade de execução e tem um time extremamente comprometido, uma estratégia que acreditamos que seja muito sólida, um conselho de administração que tem ajudado a conduzir a companhia e apoiar o plano estratégico da empresa ao longo de todo esse tempo.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
