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A Organização Mundial da Saúde recomenda que os países esperem duas semanas para cada fase do fim do confinamento

Casais dançam em um parque em Wuhan, cidade que registrou os primeiros casos da Covid-19. (Foto: Hector Retamal/AFP)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta quarta-feira (15) que os países que decidirem aliviar as restrições impostas para combater a disseminação do coronavírus devem esperar pelo menos duas semanas para mensurar o impacto das mudanças antes de mudar as regras novamente. Em sua mais recente atualização da estratégia, a agência das Nações Unidas disse que o mundo está em um “momento crucial” da pandemia e que a “velocidade, escala e equidade devem ser nossos princípios de orientação” nas decisões sobre as medidas a tomar para flexibilizar as medidas de isolamento social, de modo que o risco de novos surtos da Covid-19 seja minimizado.

Segundo a OMS, todo país deve implementar medidas abrangentes de saúde pública para manter um estado estável sustentável de baixo nível ou nenhuma transmissão e preparar sua capacidade de reação para controlar rapidamente qualquer novo pico de disseminação e aumento de casos.

Alguns dos países mais atingidos pelo vírus estão agora considerando flexibilizar de modo gradual as medidas de confinamento social. A experiência de países como a China, no entanto, mostra que o retorno das atividades sociais e econômicas deverá acontecer sob regras estritas, em uma espécie de “novo normal”.

A atualização da OMS diz que essas medidas devem ser tomadas gradualmente, com tempo para avaliar seu impacto antes que novas medidas sejam postas em prática.

“Para reduzir o risco de novos surtos, as medidas devem ser levantadas de maneira gradual, com base em uma avaliação dos riscos epidemiológicos e dos benefícios socioeconômicos, relaxando as restrições em diferentes locais de trabalho, instituições educacionais e atividades sociais”, afirmou a OMS. “Idealmente, haveria um mínimo de duas semanas (correspondendo ao período de incubação da Covid-19) entre cada fase da transição, para permitir tempo suficiente para entender o risco de novos surtos e responder adequadamente.”

A OMS alertou que o “risco de reintrodução e ressurgimento da doença continuará”.

A organização global de saúde com sede em Genebra emitiu seu parecer no momento em que foi criticada pelos Estados Unidos por sua resposta inicial à pandemia. O presidente Donald Trump disse na terça-feira que Washington, o maior doador da OMS, suspenderá o financiamento à entidade.

A China começou a suspender algumas das mais severas restrições impostas à província de Hubei, onde a doença surgiu pela primeira vez no final do ano passado. Nos Estados Unidos, que têm o maior número de casos e mortes confirmados, Trump brigou com alguns governadores estaduais sobre quem tem autoridade para começar a reabrir negócios nos EUA.

Alguns países europeus iniciaram lentamente a flexibilização das regras, com a reabertura de parte do comércio. Na Espanha, a construção e algumas indústrias de manufaturados foram autorizadas a retomar as atividades, embora lojas, bares e espaços públicos continuam fechados até pelo menos 26 de abril.

A Itália, que tem o segundo maior número de mortos no mundo (21.067), manteve algumas restrições rígidas de movimento, enquanto a Dinamarca, um dos primeiros países europeus a se fechar, reabrirá creches e escolas para crianças da primeira à quinta série na quarta-feira. A França manteve as medidas rígidas de isolamento social até 11 de maio. As informações são do jornal O Globo.

 

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