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A perseguição à mídia estrangeira se intensifica na Venezuela

Jornalistas foram detidos. Venezuelanos que cobrem atos da oposição também são alvos. (Foto: Reprodução)

A perseguição à imprensa estrangeira na Venezuela se intensificou nos últimos dias.

Depois da retenção, por algumas horas, do repórter brasileiro Rodrigo Lopes, do jornal Zero Hora, que teve de deixar o país, agora foram reportadas detenções de dois chilenos e dois franceses.

Na noite da última terça-feira (29), Rodrigo Pérez e Gonzalo Barahona foram presos e passaram a noite detidos, no mesmo local em que Lopes havia sido preso, numa estação policial em frente ao Palácio de Miraflores, sede do governo venezuelano.

Os chilenos pertencem à estatal Televisão Nacional do Chile, que emitiu um comunicado: “a emissora manifesta seu profundo pesar e preocupação pela detenção de nossa equipe”.

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, ao saber do ocorrido, exigiu “liberação imediata dos profissionais chilenos”.

Ambos foram liberados apenas na manhã desta quarta-feira (30), tendo passado quase 14 horas presos.

O governo chileno informou que os dois jornalistas seriam deportados da Venezuela ainda nesta quarta.

Junto a eles, foram detidos dois repórteres venezuelanos, Maikel Iriarte da TV Venezuela, e Ana Rodriguez, do VPI,  canais digitais que veiculam os atos da oposição.

Durante uma semana na Venezuela, a Folha de S.Paulo não viu o nome de Juan Guaidó e nenhum dos  acontecimentos políticos recentes na cobertura das emissoras de TV e de rádio regulares (abertas ou a cabo).

A única maneira de seguir esses acontecimentos é por meios estrangeiros que logram driblar a censura ou por canais como o VPI, que aparentemente agora terão a vida mais complicada.

A detenção dos jornalistas ocorreu na tarde do último sábado (26), quando a Folha rondava o mesmo local reportando sobre entrega de cestas básicas extras por parte do governo e um ato com telão em apoio ao ditador Nicolás Maduro.

Também na mesma tarde, que transmitia alegria pela distribuição de alimentos e a colocação de um parque com brinquedos infláveis para as crianças, mais jornalistas caíram nas redes dos policiais e agentes da Guarda Nacional Bolivariana que rodeava o Palácio de Miraflores, sede do governo venezuelano.

Também foram presos dois jornalistas franceses, Pierre Caillet e Baptiste des Monstiers, do canal televisivo TMC, que até a noite desta quarta não haviam sido soltos.

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