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Polícia Civil de Pelotas prende mais três envolvidos em golpe milionário contra empresas de todo o País

Criminosos debochavam das vítimas em grupo no WhatsApp. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Nessa segunda-feira, a 3ª DP (Delegacia de Polícia) de Pelotas (Região Sul do Estado) deflagrou a segunda fase da operação Calote, que investiga uma organização criminosa responsável por aplicar golpe milionário em empresas de diversos segmentos em todo o País. Os agentes cumpriram cinco ordens judiciais, sendo dois mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva nos bairros Centro e Areal. O saldo foi de três algemados.

A apuração começou em abril deste ano. Já no mês seguinte, após a prisão em flagrante de outros três indivíduos, a Polícia Civil gaúcha se concentrou na análise de materiais apreendidos com os investigados e que se mostrariam fundamentais para se chegar até os demais integrantes do esquema.

Como funcionava o esquema

O grupo criava empresas de fachada e, com a ajuda de um contador, forjavam demonstrativos contábeis por pelo menos três anos, dando um ar de legalidade às empresas de fachada, e fazendo com que as vítimas liberassem compras a prazo.

Em Pelotas, os criminosos disponibilizavam diversos endereços para o recebimento de produtos que, depois, eram vendidos a pessoas físicas e empresas. A corporação estima em pelos menos R$ 2 milhões o montante de prejuízo causado a empresas de alimentação, produtos musicais, ferramentas e móveis, dentre outros.

Os agentes avaliam que a segunda fase da Operação foi fundamental para demonstrar que os criminosos desenvolviam um planejamento detalhado e a longo prazo para prosseguir cometendo os crimes. A 3ª DP de Pelotas não descarta a hipótese de que eles mantivesse receptadores habituais.

“Esse tipo de crime causa um impacto gigantesco na economia de muitos estabelecimentos”, acrescenta a unidade. “A retirada dos criminosos de ação é ao menos um alento aos empresários, que devem ser cada vez mais criteriosos ao fazer vendas.”

Segundo a Polícia, a palavra “arara” é utilizada para definir o crime em que os estelionatários criam diversos CNPJs em nomes de laranjas com o fim específico de aplicar determinado tipo de golpe. Segundo o delegado, as investigações continuam para apurar se outras pessoas faziam parte da organização. “Não descartamos também que eles tinham receptadores habituais”.

Vítimas eram alvo de chacota

Ainda segundo a Polícia, o grupo criminoso contava inclusive com um grupo na rede social WhatsApp, denominado “Araras Clube” e cuja finalidade era auxiliar na logística dos crimes. Em algumas conversas obtidas mediante autorização judicial, os investigadores constataram que os responsáveis pelos golpes chegavam a debochar dos empresários que caíam na armação.

(Marcello Campos)

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