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A Polícia Federal adia a indicação de novo chefe no Rio após interferência de Bolsonaro

Segundo a PF, a quadrilha recrutava mulheres para transportar a droga. (Foto: Divulgação)

A direção da PF (Polícia Federal) decidiu paralisar temporariamente o processo de indicação do novo chefe da superintendência no Rio de Janeiro, tema que deu início a uma crise com queda de braço entre o ministro Sérgio Moro (Justiça) e o presidente Jair Bolsonaro.

Nenhuma documentação para formalizar a indicação foi enviada para o governo até o momento e, agora, não há prazo para que isso ocorra. A PF é subordinada a Moro, enfraquecido em meio à divulgação de mensagens que mostram a sua suposta atuação em parceria com procuradores em diferentes processos da Operação Lava-Jato quando o atual ministro era juiz federal.

Moro ainda tem sofrido seguidas derrotas no Congresso Nacional, onde tramita o pacote de medidas anticrime encaminhado por ele no início do governo.

Tácio Muzzi, diretor-executivo da PF no Rio, deve assumir interinamente a superintendência por tempo indeterminado. O tema se tornou relevante especialmente por causa da tentativa de interferência do presidente da República.

Primeiro, Bolsonaro atropelou a PF anunciando a troca de comando que ainda estava sendo discutida internamente. O atual chefe do Rio, Ricardo Saadi, já tinha previsão para deixar o posto, mas ainda levaria semanas ou meses.

Depois, o presidente deu entrevistas rejeitando o nome escolhido pela direção do órgão para substituir Saadi, o de Carlos Henrique Oliveira, atual superintendente de Pernambuco. Isso porque, segundo Bolsonaro, estava pré-conversado – ele não disse com quem – o nome de Alexandre Saraiva, hoje superintendente no Amazonas.

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