A PF (Polícia Federal) apreendeu quase 4 milhões de reais, em espécie, nesta quarta-feira (7), em dois locais pertencentes a um dos alvos da 76ª fase da Operação Lava-Jato. Os quatro mandados da operação foram cumpridos no Rio de Janeiro.
Foram apreendidos pouco mais de R$ 1,6 milhão, além de US$ 414, 3 mil e 1.990 euros. Ainda foram apreendidos computadores, tablets e telefones celulares. Os agentes confiscaram, em outro local, malas com mais dinheiro. Não foi informado a quem pertence a quantia encontrada.
A ação, batizada de Sem Limites III, investiga crimes de corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro na área comercial da Petrobras, especialmente no comércio de bunker, como é conhecido o produto escuro usado como combustível de navio. A Petrobras informou que os envolvidos na operação desta quarta não trabalham mais para a empresa.
“As apurações foram iniciadas após a deflagração da 57ª fase da Operação Lava Jato – Operação Sem Limites III –, que teve por objetivo o cumprimento de prisões e buscas e apreensões de integrantes de organização criminosa responsáveis pela prática de crimes envolvendo a negociação de óleos combustíveis e derivados entre a estatal e trading companies estrangeiras”, informou a PF.
“Após o cumprimento das medidas no final de 2018 e o oferecimento de acusações criminais, executivos ligados a empresas estrangeiras investigadas celebraram acordos de colaboração premiada com o Ministério Público Federal. Conforme narraram, com base em elementos probatórios por eles apresentados, funcionários da Estatal, responsáveis pelas negociações de compra e venda de bunker e diesel marítimo, recebiam vantagens indevidas para favorecê-las nas negociações de fornecimento de combustíveis marítimos no varejo para abastecimento dos navios a serviço da Empresa em portos estrangeiros.”
Ainda segundo a polícia, “com parte das comissões geradas a partir da celebração das operações comerciais, os executivos realizavam os pagamentos dos funcionários públicos com auxílio de operador financeiro que já foi alvo da 20ª fase ostensiva da Operação Lava-Jato (Operação Corrosão) e mediante a celebração de contratos fictícios para geração de recursos em espécies”.
“Verificou-se que os funcionários da Petrobras, alvos desta fase, também repartiam os valores de propina com outros agentes públicos da Gerência Executiva de Marketing e Comercialização já denunciados e investigados no âmbito da Operação Lava Jato. As medidas cumpridas nesta data têm, dentre outros objetivos, fazer cessar a atividade delitiva, aprofundar o rastreamento dos recursos de origem criminosa (propina) e a conclusão da investigação policial em todas as suas circunstâncias”, diz a PF.
Os investigados responderão pela prática, dentre outros, dos crimes de corrupção passiva, organização criminosa e de lavagem de dinheiro.
Petrobras
A Petrobras divulgou uma nota nesta quarta-feira afirmando que os envolvidos na 76ª fase da Lava-Jato não são mais funcionários da empresa: “A Petrobras esclarece que os envolvidos na 76ª Fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta quarta-feira (7/10), são ex-funcionários da companhia. As acusações de corrupção referem-se ao período de 2009 a 2013. Os envolvidos continuaram a praticar atos de lavagem de dinheiro até 2018, já fora da Petrobras. A Petrobras reitera que é vítima dos crimes desvendados pela Operação Lava-Jato, sendo reconhecida como tal pelo Ministério Público Federal e pelo Supremo Tribunal Federal. A companhia colabora com as investigações desde 2014, e atua como coautora do Ministério Público Federal e da União em 21 ações de improbidade administrativa em andamento, além de ser assistente de acusação em 71 ações penais relacionadas a atos ilícitos investigados pela Operação Lava Jato. Cabe salientar que a Petrobras já recebeu mais de R$ 4,6 bilhões, a título de ressarcimento, incluindo valores que foram repatriados da Suíça por autoridades públicas brasileiras”, diz o comunicado. As informações são do portal de notícias G1, da PF e da Petrobras.
