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A Polícia Federal mandou a delação do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci para validação pelo Tribunal Regional Federal em Porto Alegre

O desembargador Gebran Neto deve pedir na quarta-feira a manifestação do Ministério Público Federal sobre a delação de Palocci. (Foto: Reprodução)

A Polícia Federal enviou o acordo de delação premiada do ex-ministro Antônio Palocci para homologação no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em Porto Alegre. A validação da delação caberá ao desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Operação Lava-Jato no TRF-4, tribunal da segunda instância da Justiça Federal no qual Palocci ingressou com apelações, ou seja, questionamentos, sobre os processos aos quais responde.

O desembargador Gebran Neto deve pedir na quarta-feira a manifestação do Ministério Público Federal sobre a delação de Palocci. Após essa manifestação, que não tem prazo estabelecido, o desembargador decidirá sobre a homologação.

Palocci está preso desde setembro de 2016. Ele é réu acusado de participar de um esquema de corrupção envolvendo a empreiteira Odebrecht e contratos de sondas com a Petrobras. Nesse processo, fo icondenado a 12 anos de prisão.

A PF fechou a delação com o ex-ministro, que entregou pessoas sem foro privilegiado (direito de ser processado somente no Supremo Tribunal Federal) na Lava-Jato. Investigadores informaram que os depoimentos foram enviados sem pedido de redução de pena.

Ao pedir a homologação, a PF informou ao TRF que quer usar os depoimentos para aprofundar investigações que envolvem fatos deletados pelo ex-ministro.

Regalias

O ex-ministro Antonio Palocci ganhou regalias na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, após concordar em colaborar com as investigações da Lava Jato. O ex-ministro assinou recentemente acordo de delação premiada com a PF.

Antes eram duas horas diárias de banho de sol e 22 horas de reclusão. Na ala onde vive agora, as celas são abertas durante a manhã e fechadas apenas no final da tarde. Lá Palocci tem à disposição televisão e geladeira. Ele pode circular durante o dia pelo corredor e tem acesso ao pátio de banho de sol.

Palocci aproveitou das facilidades para criar um pequeno jardim. O projeto, porém, foi interrompido com a chegada do ex-presidente Lula, preso no dia 7 de abril e levado para uma sala improvisada como cela no quarto andar da sede da Polícia Federal paranaense. Com Lula no mesmo prédio, os agentes preferiram não correr o risco de o jardim ser descoberto e eles serem acusados de privilegiar Palocci.

A Polícia Federal, por meio de sua assessoria, negou haver vasos no local, mas a reportagem confirmou com três pessoas que têm contato com os presos que o ex-ministro cultiva lavanda e alecrim no local. Os advogados de Palocci não quiseram se manifestar.

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