Está prevista para esta segunda-feira (15) a publicação do decreto em que a prefeitura de Porto Alegre volta a impor restrições mais rígidas para conter o avanço da pandemia de coronavírus. As medidas devem entrar em vigor no dia seguinte, prevendo, por exemplo, o impedimento de atividades para empresas com faturamento anual superior a R$ 4,8 milhões e que não desempenhem atividades essenciais.
Já os supermercados, Mercado Público poderão continuar abertos. No caso de shopping centers, porém, voltarão a ser barradas as lojas que extrapolam o limite de faturamento detalhado no texto. O plano inicial de Marchezan era determinar um novo fechamento desse tipo de centro de compras, mas neste domingo ele admitiu ter recuado neste e em outros pontos.
Ainda segundo informou o próprio prefeito, também poderão funcionar estabelecimentos do tipo ME (microempresa), EPP (empresa de pequeno porte) e MEI (microempreendedor individual) que se enquadrem nas exigências do novo decreto. Já as casas noturnas e espaços culturais como cinemas fechados, museus, teatros e clubes, dentre outros, continuarão à espera de autorização.
“As empresas de menor porte recebem menos pessoas, estão mais ‘capilarizadas’ na cidade, as pessoas andam menos até esse locais, normalmente não precisam utilizar ônibus ou outros meios, pois podem caminhar até o local, que é o mais recomendado”, argumentou o chefe do Executivo municipal. “Então, a ideia é distribuir a oferta em ambientes menores, com menos pessoas e menos circulação. Buscamos um critério que gerasse resultado na circulação, assim como ocorreu na Alemanha e Portugal.”
Debate
À tarde, Marchezan se reuniu por videoconferência com representantes de entidades empresariais durante mais de uma hora, a fim de discutir o novo decreto. Ele reforçou o argumento de que a revisão das medidas de flexibilização de atividades t}em por base o ritmo de crescimento do índice de demanda por UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) na Capital por causa do coronavírus.
“A velocidade com que cresce a ocupação de leitos de UTI determinou a necessidade de novas restrições, então as novas medidas visam conter essa evolução”, frisou. “A preocupação do governo é continuar com a estrutura de saúde disponível para quem precisar de atendimento.”
“Iniciamos as medidas de distanciamento social em 16 de março e este tempo foi muito importante para organizar e estruturar a gestão hospitalar de forma integrada”, prosseguiu. “Liberamos alguns setores mas dissemos que, se houvesse a necessidade, poderíamos voltar a restringir.”
Antes do encontro à distância, o prefeito esteve com secretários e outros membros do governo que integram o Comitê Técnico de Enfrentamento ao Coronavírus. Por mais de uma hora, o colegiado analisou dados do monitoramento da situação epidemiológica e sanitária do município e definiu medidas de flexibilização do distanciamento social e das atividades econômicas que deverão constar no decreto desta segunda-feira.
(Marcello Campos)
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