A prisão preventiva de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), já repercute na imprensa internacional, que o classificou como “aliado do presidente”. Ele foi detido na manhã desta quinta-feira (18) em Atibaia, no interior de São Paulo, em operação conjunta do Ministério Público do Rio de Janeiro e de São Paulo e da Polícia Civil de São Paulo, denominada “Anjo”.
O nome da operação se refere ao apelido do advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, dono do imóvel onde Queiroz estava no momento da prisão. A investigação apura um suposto esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no qual funcionários do então deputado estadual Flávio Bolsonaro devolviam parte de seus salários. Queiroz é apontado como operador do esquema.
O jornal britânico The Guardian destacou: “Polícia brasileira prende aliado de Bolsonaro em inquérito sobre corrupção”. A publicação menciona que a detenção de Queiroz está associada a uma investigação envolvendo o filho do presidente do Brasil. Descreveu ainda o ex-assessor como “amigo de longa data” da família Bolsonaro.
Em linha similar, o americano The New York Times publicou que a “polícia brasileira prende ex-assessor do filho do presidente em inquérito sobre corrupção”. O periódico disse que “as investigações ameaçam minar sua promessa de campanha de reprimir a corrupção”. Lembra ainda das acusações recentes feitas pelo ex-ministro Sérgio Moro sobre tentativa de interferência na Polícia Federal por parte de Jair Bolsonaro.
O espanhol La Vanguardia ressaltou que o senador Flávio Bolsonaro afirmou que o episódio era “mais um ataque a seu pai” e que ele encara com “tranquilidade” a apuração. A matéria também cita que Queiroz é uma “peça-chave na investigação aberta contra Flávio por suspeitas de desvio de dinheiro público e bloqueio de capitais mediante a contratação de funcionários fanstama”.
O site de notícias argentino Infobae escreveu que a “polícia brasileira prendeu Fabrício Queiroz, amigo do presidente Jair Bolsonaro e ex-assessor de seu filho Flávio”. A publicação sublinha que se trata de uma investigação de um esquema de corrupção, cuja raiz das suspeitas se deu a partir de movimentações bancárias irregulares de Queiroz.
O Business Day colocou em sua manchete: “Auxiliar do filho do presidente é preso enquanto tensões aumentam no país”. A matéria destaca que “a prisão acrescenta pressão a um governo que enfrenta investigações criminais invasivas em várias frentes” e contextualiza que ela ocorreu um dia após o Supremo Tribunal Federal (STF) votar a favor do avanço do inquérito das fake news que “enreda alguns aliados de Bolsonaro”.
Alvo principal desta quinta-feira, Queiroz se tornou investigado após o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) enviar um relatório mostrando uma “movimentação atípica” de R$ 1,2 milhão, entre 2016 e 2017.
Questionado sobre a movimentação atípica em sua conta, Fabrício de Queiroz afirmou que suas transações financeiras eram fruto da compra e venda de veículos usados. Porém, além da movimentação de R$ 1,2 milhão, o ex-assessor da Alerj também entrou no radar do Coaf por outros R$ 5,8 milhões movimentados nos últimos três anos. Somados, os valores somam transações atípicas de R$ 7 milhões.
Além da prisão de Queiroz, o MP-RJ obteve na Justiça a decretação de medidas cautelares que incluem busca e apreensão, afastamento da função pública, o comparecimento mensal em Juízo e a proibição de contato com testemunhas. São alvos das medidas o servidor da Alerj Matheus Azeredo Coutinho; os ex-funcionários da casa legislativa Luiza Paes Souza e Alessandra Esteve Marins; e o advogado Luis Gustavo Botto Maia. As informações são da Revista Época.
