A primeira mulher a ocupar a Procuradoria-Geral da República, Raquel Dodge, afirmou estar “à disposição da instituição e do País” para continuar no cargo e recebei críticas de alguns dos candidatos inscritos. O mandato da atual procuradora-geral acaba em setembro.
Dez integrantes da carreira do MPF (Ministério Público Federal) se inscreveram como candidatos ao cargo de procurador-geral da República. Uma lista tríplice será enviada ao presidente da República, Jair Bolsonaro, para a escolha do sucessor da atual ocupante da função. Raquel Dodge não está entre os candidatos, mas ela poderá ser reconduzida ao cargo por uma escolha do presidente.
“Eu estou à disposição, tanto da minha instituição quanto do País, para uma eventual recondução, eu não sei se isso vai acontecer”, disse Dodge ao falar com a imprensa antes do início de um encontro regional de promotoras e procuradoras sobre questões de gênero que está sendo realizado em São Paulo. O evento tem como objetivo colher diagnósticos e promover a troca de boas práticas e experiências referentes à equidade de gênero no sistema de Justiça brasileiro.
Dodge declarou ainda que não conversou com Bolsonaro sobre uma eventual recondução ao cargo e negou estar fazendo movimentações nos bastidores para ser reconduzida à função correndo por fora da lista tríplice.
“Eu tenho me mantido sem fazer nenhuma manifestação neste sentido [de buscar a recondução]”, afirmou a atual chefe do Ministério Público Federal. Questionada se Bolsonaro deveria seguir a indicação de um dos nomes da lista tríplice procedente do MPF para nomear seu sucessor, ela disse apenas: “Está é uma posição, é uma decisão que cabe ao presidente”.
Bolsonaro recebeu a procuradora-geral Raquel Dodge em uma audiência no dia 7 de maio. Na saída do encontro, Dodge não falou com a imprensa. Quando era candidato à Presidência, Bolsonaro afirmou que não se comprometia a indicar um dos nomes da lista tríplice de procuradores para assumir o posto de procurador-geral da República caso sejam ligados a correntes de esquerda, e que preferia alguém mais à direita.
A lista tríplice não está na Constituição. O presidente não é obrigado a segui-la, mas virou procedimento na carreira desde 2001. Raquel Dodge foi indicada para o cargo em 2017 pelo então presidente Michel Temer. Naquela ocasião, Dodge ficou em segundo lugar na eleição da Associação Nacional dos Procuradores da República.