A produção industrial da Itália avançou em maio 42,1% em relação a abril, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Nacional de Estatística (Istat).
Segundo o relatório, o mês de maio, quando o governo encerrou o lockdown imposto em função da pandemia do coronavírus Sars-CoV-2, registrou uma “retomada significativa das atividades”.
Contudo, na comparação com maio de 2019, a indústria italiana teve uma expressiva queda de 20,3% no período analisado. Já em relação a abril passado, todos os setores, com exceção da indústria de alimentos, bebidas e tabaco (-0,5%), registraram crescimento em maio.
Alguns segmentos, como a indústria têxtil (+142,5%) e a de meios de transporte (+140,2%), cresceram na casa dos três dígitos. Ainda que os números positivos se devam ao virtual congelamento da indústria em abril, o ministro da Economia, Roberto Gualtieri, comemorou os dados.
“É um resultado muito encorajador. Ainda temos um longo caminho, mas o impulso registrado em maio é muito importante, e estimamos que ele continuará, ainda que, previsivelmente, a taxas mais contidas, no bimestre junho-julho”, declarou.
Já a Codacons, maior entidade de defesa dos direitos dos consumidores no país, afirmou que o crescimento da produção industrial em maio “não surpreende e não deve dar origem a entusiasmos fáceis e injustificáveis neste momento de grande dificuldade”.
Nota de crédito
Após ter deixado a Itália a um passo de perder o grau de investimento em abril passado, a Agência de classificação de risco Fitch manteve a nota de crédito da Itália rebaixada em BBB-, com perspectiva estável.
A decisão foi tomada porque “dívidas altas e fraco crescimento estrutural continuarão pesando no rating da Itália”, informou a empresa.
Em nota, a Fitch enfatizou que “as recentes iniciativas da União Europeia (UE), incluindo o Plano de Recuperação, poderiam limitar a deterioração esperada das contas públicas italianas a partir de 2021”.
A agência ainda destacou como a economia italiana pagou um preço alto por causa da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), mesmo que o governo já tenha dado, gradualmente, os primeiros passos para ajudar a normalizá-la após o fim do bloqueio.
Em 28 de abril, a Fitch considerou as graves repercussões da pandemia na economia da Itália e decidiu baixar a classificação do país de BBB para BBB-. Na ocasião, a empresa citou as previsões do governo de queda de 8% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 e de que a dívida pública cresça 20 pontos e chegue a 156% do PIB.
Apesar disso, foi confirmada uma perspectiva estável, o que geralmente indica que nas próximas avaliações não serão feitos novos cortes. Nos últimos dias, inclusive, a Fitch atualizou as previsões econômicas da nação, mantendo inalteradas as estimativas do PIB para 2020 e melhorando as previsões para 2021.